As lavouras de milho estão com bom desenvolvimento vegetativo, graças às chuvas dos últimos meses. Segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Bartolomeu Pereira, os produtores que plantaram dentro da janela já estão com a cultura em fase de florescimento, mas quem teve que adiar o plantio está preocupado. De acordo com Pereira, as médias de chuvas para maio são de cerca de 70 milímetros.
– Nessas áreas plantadas em março certamente o milho vai florescer em maio. Então ainda é incerto – considera.
Com a demora na colheita da soja, a janela do plantio do milho foi prejudicada. Enquanto o melhor período para plantar estava passando, muitas áreas ainda não estavam liberadas. O agricultor José Roberto Brucceli, por exemplo, colheu 4.500 hectares de soja, mas plantou apenas 3.500 hectares de milho.
E isto porque Brucceli resolveu arriscar e estendeu a janela até o dia 10 de março, mesmo sabendo que a produtividade da safra não ficaria nas 100 sacas por hectare que costuma colher. Para completar, ele planta em área arrendada e vai pagar pelos mil hectares não plantados com milho.
– Você traz um prejuízo financeiro porque essas áreas arrendadas já foram pagas. Colhemos mal nessa região, em torno de 40 sacas por hectare, o que não paga o custo de produção da soja. Ainda vamos ter mais esse prejuízo, não vai ter faturamento nenhum com a safrinha.
O produtor também está preocupado com os custos dos inseticidas que vai ter que usar para acabar com as pragas que estão atingindo a lavoura. Ele conta que o pulgão está atacando o milho.
– É outro custo que eu não pensava em fazer. A gente vai fazer um levantamento pra ver se é preciso fazer um controle. Se for fazer controle agora, tem que ser de avião por causa da altura do milharal.
O engenheiro agrônomo Jean Vilela confirma o aparecimento de pragas nas lavouras da região. Segundo ele, os produtores devem ficar atentos para o aparecimento de mancha branca (mancha-foliar de feosféria) e cercosporiose.
– Nós temos alguns problemas de cercospora, mas o pessoal tem feito as aplicações nas horas certas e o que a gente vem notando é que as lavouras têm se comportado bem, essas aplicações têm segurado a pressão dessas doenças também – informa Vilela.
Edição de Gisele Neuls