É o que informam fontes que participam das discussões de elaboração plano em Brasília. A ideia do governo seria esperar um cenário fiscal definido para apresentar os recursos para custeio e investimento, bem como as taxas de juros para os financiamentos.
A ministra da Agricultura, Katia Abreu, tem defendido uma taxa de juros entre 8,5% e 9%, mas a tendência é de que esse índice seja igual ou superior a 9,5% – bem acima da taxa média de 6,5% praticada no último Plano Safra. As reuniões para discutir o plano são realizadas duas vezes por semana no Ministério da Fazenda. A expectativa é de que o volume de recursos disponíveis seja igual ou pouco superior ao ofertado na safra 2014/2015, que foi de R$ 156 bilhões.
Em solenidade nesta terça, dia 12, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a ministra não descartou a possibilidade de outra data ser escolhida para o anúncio, lembrando que no final do mês estará em Paris para encontro na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Kátia Abreu disse que as medidas que constarão do plano serão submetidas ao Conselho Monetário Nacional (CMN) em reunião na última semana de maio.
Durante o lançamento do oitavo levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça, o secretário de Política Agrícola do Mapa, André Nassar, garantiu novamente que o adiamento foi por causa da visita do primeiro-ministro chinês e que faltam apenas questões pontuais para fechar a negociação.
– O Plano Safra já está aqui no meu pendrive, pronto para ser anunciado. Não foi uma questão de negociação [o adiamento], tem vários pontos para serem negociados, mas é a questão de tirar um dia para os ministros sentarem e tomarem as decisões que devem ser tomadas. O plano está pronto pra ser anunciado, mas tem que ser de uma forma correta com a importância e relevância que ele tem. Não tem data [para o lançamento] – explica.
Plano já foi adiado uma vez
A primeira data para o anúncio do Plano Agrícola e Pecuário era dia 19 de maio, mas o governo federal adiou, indicando a data provável de 3 de junho. A justificativa para o adiamento foi a visita do primeiro-ministro chinês Li Keqiang, marcada para a próxima semana. Nos bastidores do governo, porém, fala-se que a agenda da presidente Dilma foi usada para adiar o anúncio do Plano sem explicar o real motivo: a dificuldade de fechar os valores.