Ministério da Agricultura incentiva uso de sementes registradas

Sementes piratas podem reduzir produtividade e ganhos da lavouraOs meses de junho e julho dão início às principais safras no Brasil e a produtividade agrícola depende da qualidade das sementes plantadas. Um barato que sai caro para o produtor e para a agricultura nacional é o plantio de sementes ilegais ou o uso de grãos como sementes.

O aparente custo reduzido de ter uma produção de sementes para uso próprio pode acarretar grande prejuízo ao agricultor, como queda de produtividade e proliferação de pragas e doenças na lavoura. Outro ponto relevante é o impacto da pirataria de sementes no investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.

A comercialização de semente sem registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é crime. Infringir as Leis de Proteção de Cultivares e de Sementes e Mudas implica no pagamento de multas que podem chegar a 125% do valor do produto apreendido. Em 2008, o ministério intensificou a fiscalização de sementes piratas no Brasil.

A ação, coordenada pelo Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas, da Secretaria de Defesa Agropecuária (DFIA/SDA), gerou a suspensão da comercialização de pouco mais de 22,3 mil toneladas de sementes, com R$ 19,3 milhões em multas aplicadas.

Uma forma de combater a pirataria na produção e comércio de sementes e mudas é fornecer ao usuário o máximo de informações que permitam identificar as cultivares (variedades de vegetais obtidas a partir de cultivo) que são aprovadas e liberadas oficialmente para plantio.

No site do Ministério da Agricultura, o Registro Nacional de Cultivares (RNC) oferece o serviço de consulta ao cadastro de cultivares que estão habilitadas para a produção, comércio e emprego de sementes e mudas em todo o território nacional. Segundo o coordenador de Sementes e Mudas do ministério, José Neumar Francelino, esse banco de dados é um sistema de ordenamento do mercado.

? O propósito é proteger o agricultor da venda indiscriminada de sementes e mudas de cultivares não testadas ou validadas tendo em vista as condições da agricultura brasileira ? ressalta.

O RNC dá acesso, por exemplo, aos tipos de cultivares que podem ser registradas, quem pode solicitar o registro, e como fazer para utilizar-se dele. O usuário também pode acompanhar, pela internet, a tramitação dos documentos e processos de proteção e registro de cultivares. Também é possível realizar pesquisas interativas no banco de dados de cultivares protegidas, no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC) e inscritas no RNC.