O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2015/2016 estipulou um volume de recursos de R$ 94,5 bilhões para custeio a juros controlados. A parte para agricultura empresarial terá taxas de 8,75% e os recursos do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) terão juros de 7,75%.
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Segundo a Faep, embora o montante de custeio controlado represente um aumento nominal (desconsiderando a inflação) de 7,5% em relação à safra 2014/2015, ele não será suficiente para cobrir o crescimento registrado nos custos de produção (15%). Seriam necessários R$ 102,2 bilhões em custeio controlado na atual temporada para igual os recursos da safra passada.
– A maior preocupação que se coloca é se os produtores realmente terão acesso aos recursos controlados ou se necessitarão financiar uma parte maior da safra com os recursos livres. Recentemente, havia promessa de recursos de pré-custeio aos produtores, mas o principal agente financeiro do crédito rural, de forma inédita, não ofertou os R$ 7 bilhões prometidos a taxas de 6,5% no pré-custeio, o que aumenta as suspeitas sobre a real disponibilidade desses recursos controlados – diz o estudo.
O estudo alerta ainda que o custo médio do produtor empresarial pode passar de 8,75% para quase 14% caso a mistura entre recursos a taxas de juros subsidiadas e livres se intensifique. Na safra passada, até abril de 2015, em torno de R$ 20 bilhões foram utilizados em recursos livres de mercado.