Taxa de juros sobe pela sexta vez seguida e vai a 13,75% ao ano

Mantendo a política de combate à inflação do governo, Selic alcança maior índice desde janeiro de 2009Pela sexta vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou na noite desta quarta, dia 3, a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Com o reajuste, a Selic retorna ao nível de janeiro de 2009.

Fonte: Agência Brasil/Divulgação

A taxa é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).  Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.

De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras, divulgada pelo Banco Central, analistas econômicos projetam contração de 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2015.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Inflação

Oficialmente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, podendo chegar a 6,5%. No entanto, ao anunciar o contingenciamento do Orçamento de 2015, o governo estima que o IPCA encerrará o ano em 8,26%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 8,17% nos 12 meses terminados em abril. De acordo com o boletim Focus, o IPCA encerrará 2015 em 8,39%. Este ano, a inflação está sendo pressionada pelos aumentos de preços administrados como energia e combustíveis.