O corte nos recursos para a linha de financiamento do programa foi de 30%, de R$ 4,5 bilhões para R$ 3 bilhões de reais. Os juros subiram de 5% para 8%.
A expectativa do Ministério da Agricultura é de que as adesões ao Programa ABC na safra 2014/2015, que termina em 1 de julho, atinjam R$ 3,2 bilhões, dos R$ 4,5 bilhões que foram disponilizados. Faltando apenas dois meses para finalizar a temporada, o valor contratado até o momento ultrapassou o montante de recursos utilizados no mesmo período da safra 2013/2014, que chegou a R$ 2 bilhões. De julho de 2014 a abril de 2015 já foram investidos R$ 2,9 bilhões.
Para a safra 2015/2016, o Plano Agrícola e Pecuário disponibilizou para o Programa ABC R$ 3 bilhões para financiamento de tecnologias sustentáveis. O prazo para pagamento pode chegar a 15 anos, com carência de três anos. Os juros para produtores do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) são de 7,5% ao ano e para os demais agropecuaristas, de 8% ao ano.
Questionado sobre o aumento dos juros do programa, o Ministério afirmou que “todas as políticas públicas reagem a situação financeira do setor, ainda mais esta que envolve diretamente o uso de novas tecnologias e de valores de investimento”.
Burocracia
Além do endurecimento do processo de liberação dos recursos, outra dificuldades citada pelos produtores é o processo de análise dos bancos.
Até 2010, quando foi lançado o programa ABC, os analistas de crédito rural dos bancos avaliavam os projetos separadamente. Agora ficou mais complexo, com cálculos sobre produtividade e renda de uma forma integrada dentro do sistema, que tem resultado diferente do convencional. Por isso, muitos projetos deixaram de ser financiados, porque a analise chegou demorar mais de 300 dias.
Sobre o problema, o Ministério disse que “já tem trabalhado para agilizar a aprovação de projeto, em especial com a capacitação de agentes financeiros e técnicos agrícolas dos principais bancos que financiam as tecnologias do Plano ABC”.