O nível do Rio Negro, que banha a capital, Manaus, e outros municípios amazonenses, voltou a subir no fim de semana. Técnicos do Serviço Geológico do Brasil registraram na segunda-feira, dia 22, a quarta mais alta medição deste ano, 29,64 centímetros. Entre 70% e 80% da produção agrícola do estado está comprometida.
Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Amazonas, Alfredo Pontes, estão comprometidos de 70% a 80% da produção agrícola do estado. Nascimento disse que os preços podem subir e que já existem produtos em falta no interior.
– Não se vê mais tomate ou mamão no interior, por exemplo. Sem contar que isso gera aumento nos preços, alguns já estão 30% mais caros. Sem políticas estabelecidas de auxílio à agricultura, o produtor vai ficando à mingua.
Segundo o engenheiro Hertz Rabelo, da Superintendência Regional de Manaus do Serviço Geológico do Brasil, a expectativa é que o volume d’água continue subindo.
– É muito difícil estabelecer uma previsão porque o rio é muito dinâmico. Vários fatores influenciam seu volume. Mas [o rio] deve continuar subindo, a exemplo do que ocorreu em 2012, quando tivemos o maior registro. Naquele ano, o rio se manteve estagnado por um período e depois subiu. Não acreditamos, porém, que atinja a mesma marca – disse Rabelo.
O volume do rio caiu 1 centímetro (cm) de quinta (18) para sexta-feira (19), após quatro dias com nível estável. Entre sexta-feira e sábado (20), o nível subiu em média 1cm e duplicou entre domingo e segunda. É a sexta maior cheia do Rio Negro desde 1902.
A Defesa Civil informou que as cheias afetam 92.024 famílias no estado e que 46 municípios estão em situação de emergência, quatro em alerta e dois em estado de calamidade pública (Boca do Acre e Anamã). As famílias afetadas receberam 717 toneladas de alimentos não perecíveis, medicamentos e filtros de água.
Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) não se manifestou até a publicação desta notícia.