A solicitação do MP ocorreu após denúncia do Greenpeace, Organização Não-Governamental (ONG). Imediatamente, grandes redes que atuam no país, como Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar suspenderam suas compras provenientes desses locais.
Em Marabá, uma fonte de compra do frigorífico Bertin ? detentor de quatro plantas no Estado (Marabá, Santana do Araguaia, Redenção e Tucumã), além de duas unidades de curtume e uma fábrica de equipamentos de segurança na indústria de calçados ? diz que a ação do Ministério Público do Pará prejudicou o mercado e que os prejuízos poderão ser ainda maiores caso persista a atual situação.
? O Ministério Público agiu dentro da lei, mas tem que haver bom senso ? defendeu, observando que por conta dessa situação, a unidade do Bertin de Marabá ficou 10 dias fora das compras de gado (dos dias 5 a 15 últimos).
O abate nessa unidade, estimado em 800 bois por dia, por sua vez, esteve suspenso do dia 10 ao dia 16.
? Voltamos a abater somente anteontem (16), porque a indústria não pode ficar parada ? relatou a fonte.
O informante destaca que como conseqüência da saída de grandes redes supermercadistas de mercado, o preço do boi gordo no Estado despencou, enquanto os frigoríficos já enfrentam dificuldade para fazer escalas e também comercializar a carne.
? Já há dificuldade na comercialização, pois não sabemos quem está comprando a carne ? confidenciou.
Negócios feitos com boi gordo do Pará, que no início de junho giravam em torno de R$ 71 arroba (para descontar o Funrural e pagamento em 30 dias), caíram para R$ 66 a arroba nesta quinta-feira, dia 18, desvalorização de 7,04%. A vaca, por sua vez, está sendo negociada a R$ 58 a arroba, com o mesmo prazo de pagamento.
? Está difícil fazer escala nesse preço. A indústria também teme produzir e depois não conseguir vender. Os frigoríficos estão indignados com a forma como a agropecuária vem sendo tratada no Pará ? disse a fonte de compra do Bertin, no mercado de boi gordo há mais de duas décadas.