Produtores de Rondônia que cultivaram milho segunda safra este ano estão preocupados com a diplodia, uma doença que apareceu de maneira inesperada na hora da colheita do cereal. Muitos produtores já estão contabilizando prejuízos.
Diego Comiram é engenheiro agrônomo numa propriedade que teve a lavoura afetada pela doença:
– É uma doença que a gente nunca teve aqui na região, e começou essa safra 2015. Danos absurdos, nunca tinha acontecido, realmente a gente sabia da existência da diplodia, mas não causando danos e na severidade que veio esse ano – relata.
Nem o fungicida foi capaz de minimizar as perdas. Na propriedade de Comiram foram feitas três aplicações.
– A intensidade é muito grande, é raro tu pegar uma espiga que não tenha a doença. Além do desconto de ardido, nós temos um grande problema que é a perda de peso interferindo
diretamente na produtividade – aponta.
O engenheiro agrônomo explica que a doença é causada por um fungo que age diretamente na espiga e no estágio final da cultura, por isso o produtor só consegue identificar o problema no momento da colheita. Foi o que aconteceu com Nadir Ciro Comiram, que conta que teve grande prejuízo com o milho que foi semeado mais precoce:
– Se você pegar o que sobrou daquele romaneio, que é produto bom, está sobrando 81 sacas por hectare. Se você somar o que são de desconto de ardido, é um milho de 160, 165 sacas por hectare, quer dizer, um custo que a gente teve de 100 sacas por hectare não está cobrindo o custo, esse primeiro milho de janeiro não cobre o custo – contabiliza o produtor rural.
Diego Comiram diz que um grande problema é a sobrevivência do fungo no resto da cultura do milho. A praga pode sobreviver duas safras no solo, o que gera preocupação com a safrinha que vem.
– Nós temos que buscar soluções, a pesquisa, selecionar materiais mais resistentes – aguarda o produtor Nadir.