A queda nas cotações das commodities, especialmente da soja, já é reflexo da desaceleração da economia chinesa, conforme o analista de mercado Mario Mariano.
Em entrevista ao Mercado & Cia, Mariano afirmou que não fosse o efeito climático dos Estados Unidos agindo sobre o preço das commodities, a perda nos últimos dias teria sido mais acentuada. Para o analista, a desvalorização cambial já reflete o resultado da ingestão de liquidez que não surtiu efeito sobre a China, que se mantém sem boas perspectivas de crescimento ou mesmo manutenção da demanda.
– O dólar sobe com expectativa de redução de demanda de commodities – avalia.
Conforme ele, os fundos já começaram a trocar soja por dólares, e a preocupação com o crescimento chinês deve atingir diretamente os preços futuros.
Entretanto, a renda dos produtores está assegurada, mas o efeito dessa mudança cambial é negativo para quem está endividado em dólar ou para aqueles que farão a produção dolarizada, porque precisarão de mais produtos para ter renda. Deve ser somado a isso, lembra o analista, o aumento de preço dos insumos.
Hoje, 70% das exportações do completo soja no Brasil são destinadas à China.
– [A desaceleração] pode trazer efeito negativo principalmente para o Brasil – alerta Mariano.