Os períodos atípicos de chuva entre o começo da safra de cana-de-açúcar, em abril, e o início de julho devem melhorar a produtividade da cultura em 2015/2016 no Centro-Sul, apesar de impedirem a colheita em alguns dias por conta da umidade e do barro nas lavouras.
No entanto, segundo avaliação da Raízen e da Biosev, duas das maiores processadoras de cana do País, as metas de colheita para toda a safra não serão prejudicadas.
– A chuva ajudou bastante em relação ao crescimento da cana, foi promissora, apesar dos períodos que impediram (as máquinas) de entrar nas áreas para a colheita. Mas há toda uma estratégia montada para mitigar o impacto e para atingir a meta de colheita – disse o diretor de Saúde, Segurança Meio Ambiente e Competitividade da Biosev, Reginaldo Sabanai.
Braço sucroenergético da Louis Dreyfus Commodities (LDC), a Biosev prevê moagem até 13% maior de cana na safra 2015/2016, iniciada em abril. O processamento deve passar de 28,3 milhões de toneladas em 2014/2015 para entre 29 milhões e 32 milhões de toneladas nesta safra, segundo as estimativas mais recentes. Em relação à qualidade da matéria-prima, a Biosev estima um nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) de 129 quilos a 133 quilos por tonelada de cana, ante 128,7 quilos por tonelada em 2014/2015.
Já Antonio Fernando Lima, diretor de produção agrícola da Raízen Energia, afirmou que a chuva atrapalhou a colheita de cana não só nas 22 usinas de São Paulo, mas também na unidade de Caarapó (MS) e até mesmo na de Jataí, em Goiás.
– Se atrapalha a colheita, ajuda na produtividade dos canaviais, o que é benéfico. Vamos fazer de tudo para colher (a cana prevista) este ano – disse Lima.
O guidance da Raízen Energia para o processamento na temporada vai de 57 milhões a 60 milhões de toneladas de cana. Em 2014/2015, as usinas da companhia moeram 57 milhões de toneladas.