As fortes chuvas na região Sul do país podem afetar a qualidade do milho, além da produtividade das lavouras. A análise é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Para os pesquisadores, o risco mais imediato são os atrasos nos trabalhos no campo, já que o cereal úmido pode levar a um aumento nos descontos no momento da entrega às armazenadoras.
O Cepea também divulgou um levantamento sobre a situação do milho em junho, mostrando que os preços estiveram mais firmes no mercado interno, depois de caírem com força em abril e maio.
Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços subiram 1,9% no mercado de balcão (ao produtor) e 1,1% no de lotes (negociação entre empresas). Como referência a região de Campinas, interior paulista, o Indicador Esalq/BM&FBovespa subiu 2,3%, fechando a R$ 25,48 a saca de 60 quilos no dia 30 de junho.
Considerando os negócios também em Campinas, mas com prazos de pagamento descontados pela taxa de desconto da Nota Promissória Rural (NPR, tradicionalmente usada como referência de taxa de desconto), a média à vista foi de R$ 25,04/saca, elevação de 2,3%.
– A inversão de tendência esteve atrelada ao aumento na BM&FBovespa e no mercado internacional, que, por sua vez, subiram devido a preocupações quanto à oferta norte-americana em um ambiente de demanda aquecida – diz trecho do estudo.
A paridade de exportação também deu suporte aos preços, com o volume de negócios antecipados envolvendo a segunda safra crescendo em relação á temporada passada.