A safra 2014/2015 de algodão deve chegar a 1,5 milhão de toneladas em todo o país. Até agora, 25% das lavouras foram colhidas. Produtores de Goiás, terceiro maior fabricante da pluma no Brasil, devem colher 52 mil toneladas nesta temporada, mesmo com as chuvas que se prolongaram em março e abril e o bicudo do algodoeiro, responsáveis por uma quebra de produtividade de cerca de 10% no estado.
Ainda assim, a área plantada na próxima temporada pode crescer cerca de 25%, segundo o presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão, Luiz Renato Zapparoli.
A média nacional de produtividade do algodão nesta safra deve ficar em torno de 1460 quilos de pluma por hectare, de acordo com a expectativa do setor produtivo. O problema é que para cobrir o custo de produção, o agricultor precisa colher 1600 quilos por hectare. O resultado dessa conta é que as margens de lucro não devem ser altas. O desafio, agora, é conseguir reverter essa situação na próxima safra.
Segundo o especialista Valdinei Sofiati, o custo com aplicação de agroquímicos pode ser reduzido em até 50%, se todos os restos culturais forem eliminados após a colheita. O trabalho é feito com aplicação de herbicidas ou com o uso de máquinas que arrancam a planta pela raiz.
– Uma destruição de restos culturais bem feita reduz muito os custos de produção – lembra Sofiati, pesquisador da Embrapa Agodão.
De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Algodão (Iba), Haroldo Cunha, além dos altos custos de produção, os preços não estão remunerando bem. O valor negociado nesta safra varia de USS$ 0,65 a US$ 0,70 por libra peso, enquanto o ideal seria US$ 0,80.
O produtor de algodão Carlos Moresco plantou pouco mais de mil hectares e já colheu cerca de 5% da lavoura. A produtividade deve ficar em torno de 1630 quilos de pluma por hectare, 13% a menos do que ele previu no início da safra. Mesmo assim, ainda vai ter lucro.
– Lucro pequeno, mas fazer um mix de culturas é importante pra ter menos risco de perdas na propriedade – compartilha o produtor.