A curva do dólar futuro na colheita da segunda safra de milho do ano que vem, em abril, pode proporcionar uma excelente receita para os produtores. A afirmação é do analista de mercado da Agrinvest Marcos Araújo em entrevista para o programa Mercado e Companhia desta terça, dia 4.
–Além da incerteza política, esses dados econômicos do Brasil nada positivos trazem toda essa volatilidade para o dólar. Um dólar na casa de R$ 3,47 faz com que um dólar futuro para abril, na época da [colheita] soja fique ao redor de R$ 3,73 e, para o milho safrinha, para agosto, na casa de R$ 3,82 – pontua.
– Se olharmos para Chicago no ano que vem, com um bushel a US$ 4,01, um prêmio na exportação 10 cents acima e um dólar futuro de R$ 3,82, isso equivale a um milho no porto [base Paranaguá] a R$ 34,60 a saca. Trazendo para o interior do Paraná, seria, dependendo da região, R$ 28,00 uma saca do milho safrinha 2016, e isso, sem dúvida, proporciona uma receita excelente para o produtor de milho se ele colher sacas ao redor de R$ 1.078 por hectare – projeta o analista.
Ele destaca que produtores que têm seus custos e linhas de crédito em reais, o efeito da curva do dólar futuro sempre mais valorizado do que o valor presente é benéfico. No entanto, para quem tem linhas de financiamento em dólar, com as fortes quedas do preço internacional da soja e do milho, o cenário é negativo, “as contas não estão fechando”.
Segundo Araújo, os custos dos insumos do milho safrinha 2016 devem ter um aumento acima de 13% em relação à safrinha 2015. Em contrapartida, a rentabilidade teve aumento exponencial, principalmente no Paraná.