Preço do café atinge menor nível em julho

Indicador de preço médio da OIC recua 4,2%, atingindo menor patamar desde janeiro de 2014

Fonte: Divulgação/Pixabay

Os preços internacionais do café atingiram o menor preço em 18 meses em julho. Dados da Organização Internacional do Café (OIC) divulgados nesta segunda-feira, 10, mostram que o indicador de preço médio da entidade registrou recuo de 4,2% na comparação com junho, para 119,77 centavos de dólar por libra-peso. Esse é o menor preço desde janeiro de 2014.

De acordo com o relatório mensal da entidade, parte da queda pode ser explicada pelo efeito do taxa de câmbio do Brasil. A OIC diz que “o mercado de café registrou recuo adicional em julho com os preços reagindo à desvalorização da taxa de câmbio do Brasil, que atingiu o menor valor em 12 anos na comparação com o dólar”. Com o real fraco, é preciso ter menos dólares para comprar a mesma quantidade do grão no Brasil. Portanto, o valor em dólar acaba diminuindo.

Entre os vários tipos de grãos, a OIC nota que a queda mais expressiva no mês passado atingiu os “Brazilian naturals” (naturais brasileiros), cujo preço médio diminuiu 5,3% na comparação com junho, para 123,64 centavos de dólar por libra-peso. Diante do cenário observado no Brasil, a OIC diz que “não é surpresa” que os grãos brasileiros liderem o movimento. Grãos do tipo “Colombiano” tiveram queda de 4,9%, “Robustas” caíram 3,5% e outros tipos cederam 3,3%.

Além do efeito financeiro, a OIC também nota que o mercado brasileiro ainda tem um importante aspecto na produção a ser observado.

– As preocupações com a produção no Brasil diminuíram em grande parte, apesar de alguns relatórios locais recentes reiteraram que a safra ainda pode estar sentido os efeitos da seca do ano passado – diz o relatório.

– Isso poderia potencialmente resultar em um tamanho menor do grão, o que pode reduzir a produção global – afirma.

Exportações

O relatório da OIC mostra, ainda, a evolução das exportações dos maiores produtores ao longo dos últimos seis anos. Na atual safra, no período de outubro a junho, o Brasil exportou recorde de 27,4 milhões de sacas, mostra o estudo. O aumento dos embarques brasileiros foi classificado como “o movimento mais significativo” do mercado.

– Essas exportações estão sendo encorajadas pela contínua depreciação do real brasileiro, que caiu ao menor patamar em 12 anos – diz.

Entre os demais exportadores, os volumes do Vietnã mostram queda de 16,8% na comparação com a safra anterior, para 15,3 milhões de sacas. Na Colômbia, ao contrário, os embarques também cresceram e atingiram 8,9 milhões de sacas no mesmo período entre outubro do ano passado e junho deste ano. No vizinho sul-americano, a OIC nota que o programa de renovação da lavoura e a depreciação do peso colombiano explicam a melhora dos números.