O novo modelo de inspeção sanitária do país deve ser definido até o fim do mês, mas sairá do papel somente no fim do ano. O grupo de trabalho que fará a reestruturação dos serviços adotará a metodologia do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) para finalizar o projeto. Os especialistas encarregados de elaborar o projeto de modernização dos serviços de inspeção conheceram os modelos dos Estados Unidos e da Europa, e entre as medidas sendo estudadas está a contratação de médicos-veterinários privados para a realização de inspeções.
– São assuntos que estão sendo levantados discutidos e acho que vão levar um produto interessante apesar do tempo extremamente curto – afirma o coordenador-geral de programas especiais do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Maurício Goes Alves.
Contra a contratação de veterinários privados, entidades que representam os fiscais públicos estão organizando uma campanha. A ideia é colocar os consumidores contra a terceirização dos serviços.
– O que está havendo é uma divulgação, uma propaganda da categoria para que o sistema que existe hoje no Brasil, o melhor do mundo, convença que qualquer mudança vai trazer prejuízo ao consumidor – diz o gerente de inspeção sanitária de Santa Catarina, Sérgio Borges.
Mesmo com toda pressão das entidades que representam os fiscais públicos, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo já estão utilizando veterinários privados na inspeção.
– Não tem outra forma de atender a legislação vigente a não ser improvisando, ou nós vamos ter muito mais fabricas na clandestinidade. Isso sim representa risco para a saúde publica, quando os serviços não têm condições de fazer melhor e deixa como está – afirma o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Kroetz.
O próximo encontro do grupo de trabalho vai ser na semana de 24 a 28 deste mês.