A aplicação de genética certificada garante ganhos de rentabilidade na pecuária e se tornou um investimento “quase obrigatório” para a atividade, segundo o professor Sergio De Zen, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Para atestar os ganhos financeiros com o emprego da genética, o especialista realizou um estudo comparativo em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Ele afirma que selecionou para a sua análise propriedades em regiões com características similares nas quais pecuaristas empregam os sistemas produtivos parecidos. A diferença mais marcante entre as fazendas era o uso, ou não, do melhoramento genético certificado nos rebanhos.
– Notamos que com o uso da genética os fatores de produção melhoram bastante – afirma o pesquisador.
Dentre as propriedades analisadas estão duas fazendas em Barra do Garças, no Mato Grosso, que investem no ciclo completo, isto é, atuam na pecuária da cria à engorda. Na que utiliza a genética zebuína certificada, a margem de rentabilidade foi estimada pelo Cepea em R$ 1.926 por hectare. Na fazenda concorrente, o resultado foi calculado em apenas R$ 32,42 por hectare.
O professor Sergio De Zen afirma que produtores estão mais atentos à produtividade de suas fazendas por causa da valorização das terras, mas diz que há espaço para mais investimentos em genética.
– Pecuaristas primeiramente começaram a se preocupar com o manejo das pastagens, depois com a melhoria destas, empregando técnicas como a mineralização. Agora chegamos na genética. E estes são fatores que alteram bastante o sistema produtivo – diz.
O especialista também destaca que há opções de uso de genética acessíveis para todos os bolsos, de modo que até as fazendas de menor porte podem investir no melhoramento de seu rebanho.
O especialista apresentará os detalhes da pesquisa na terça-feira, 18, durante o 9º Congresso Brasileiro de Raças Zebuínas, em Uberaba (MG), realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). O evento ocorre juntamente com a 8ª Expo-Genética, que discute avanços na pecuária zebuína relacionados a produtividade, genômica e sustentabilidade.