A INTL FCStone elevou em 1,6% sua projeção para a safra 2015/2016 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, para 592,2 milhões de toneladas. Caso se confirme, o volume será 3,6% superior às 571,3 milhões de toneladas da temporada 2014/2015, encerrada em 31 de março.
– Com chuvas acima do esperado em maio e julho, além daquelas que já haviam sido registradas em fevereiro e março, a expectativa de produtividade agrícola da maioria das usinas aumentou em relação às projeções feitas no primeiro semestre do ano – informa a consultoria em relatório divulgado hoje.
Tal elevação se deve, além do maior rendimento por hectare, às chuvas abaixo da média entre a segunda metade de julho e agosto, que permitiram moagem diária superior a 3,1 milhões de toneladas, nível recorde para o Centro-Sul.
A consultoria pondera, contudo, que as “condições meteorológicas propícias” do primeiro semestre, somadas à redução na taxa de renovação dos canaviais e ao menor uso de repressor floral, levaram muitas áreas a apresentar taxas consideráveis de florescimento, acarretando redução do nível de sacarose, que ficou em 132,5 kg por tonelada de cana (-3%).
Em relação ao mix de produção, a INTL FCStone prevê que 41,9% da oferta de matéria-prima seja destinada ao açúcar e 58,1% ao etanol, totalizando uma produção do alimento de 31,3 milhões de toneladas (-2,2%) e de 26,8 bilhões de litros do biocombustível (2,3%). Desse total, 16,2 bilhões de litros serão de hidratado e 10,6 bilhões de litros, de anidro.
Para o analista da consultoria, João Paulo Botelho, algumas usinas devem aumentar o volume produzido de açúcar para honrar contratos pré-estabelecidos de exportação e a produção de anidro também tende a ganhar fôlego.
– A baixa construção de estoques de etanol até o momento deve levar ao aumento das cotações no final da safra, oferecendo possibilidade de lucros significativos com o carrego do produto – destacou no relatório.