O mercado de inseminação artificial para a pecuária brasileira apresentou um crescimento tímido no primeiro semestre de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado. O setor leiteiro teve destaque negativo, com queda de 7% para a compra de doses de sêmen.
Os números referentes ao desempenho do setor foram divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Segundo o levantamento, este mercado cresceu 0,3% no primeiro semestre de 2015 em comparação com o mesmo período de 2014.
O diretor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro, Anibal Verseci Filho, diz que os altos estoques nacionais e a diminuição do consumo interno de leite são apontados pelos especialistas como os principais motivos da menor procura por sêmen de gado leiteiro.
– Embora a inseminação artificial represente uma pequena parte do custo, o produtor tende a ir cortando o que dá. Acredito que essa crise na economia nacional tenha levado a uma crise no setor leiteiro que é muito dependente do mercado interno – explica.
Na pecuária de corte os números foram mais animadores. O volume de doses vendidas no primeiro semestre de 2015 registrou um aumento de 8% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. A abertura de novos mercados para a carne bovina brasileira e a estabilidade dos preços do produto no mercado interno teria impulsionado a maior demanda pela tecnologia.
– O mercado de gado de corte continua crescendo, foi bastante expressivo o incremento. Acreditamos que continuará crescendo forte e pujante o ano todo. Esse resultado é fruto de diversas coisas: mercado consumidor interno, principalmente o mercado externo, novas fronteiras para exportação, nossa liderança já consolidada – salienta o presidente da Asbia, Carlos Vivacqua.
O angus é destaque nas inseminações de gado de corte no Brasil. A raça representou 47% das doses utilizadas no ano passado.
– O cruzamento industrial junto com a Inseminação artificial em tempo fixo (Iatf), foi uma ferramenta incrível. O aperfeiçoamento dos protocolos, a facilidade, e principalmente o profissionalismo do pecuarista em nível de tecnologia foi o grande propulsor para o aumento na inseminação artificial do produto europeu do angus, do red angus e principalmente a heterose. Os 50% de heterose que a gente tem nesse cruzamento industrial estão fazendo a diferença nos frigoríficos – conclui o diretor secretário da Asbia, Nelson Eduardo Ziehlsdorff.