A área de borracha em São Paulo deve ter um aumento de 5% na safra 2015/2016, com a abertura de 1.500 de seringais no estado. A maior oferta de mão de obra e a recuperação dos preços do produto no mercado interno estimulam o setor, que também vê vantagem na alta do dólar.
Nos próximos dias inicia a colheita de látex na propriedade de 60 hectares de Ricardo Alexandre Paro, no interior do estado. Com as chuvas nas últimas semanas, a produtividade deve ser de cinco quilos por planta, 10% a mais em relação à temporada passada.
O aumento no preço do produto no mercado interno, influenciado pela alta do dólar, estimula a abertura de novas áreas. O diretor de Comunicação da Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha, Diego Esperante, diz que em setembro deste ano, o preço médio do quilo do coágulo foi de R$ 2, reajuste de cerca de 25% em relação ao mesmo mês de 2014.
– Nós tivemos esse aumento de 25% no preço da borracha por conta do dólar, pois o preço no mercado externo é menor do que era no ano passado. Como o dólar muito volátil, nós ainda estamos um pouco apreensivos e atentos e cobrando a política de garantia de preços mínimos do governo federal, que é a ferramenta ideal para proteger os produtores nesse momento de volatilidade – explica.
Aumento de mão de obra
O que antes era um problema, agora é uma solução. A procura por trabalho nos seringais do interior de São Paulo aumentou em 2015, o que é um alívio para os produtores, já que a mão de obra 40% do custo de produção na atividade.
– Nós vamos aumentar a área e devemos abrir em torno de umas seis mil árvores na propriedade. Essas árvores já estão aptas para serem abertas, pois elas têm seis milímetros de casca e 50 de espessura. A mão de obra está melhor do que o ano passado. Estamos encontrando com mais facilidade pessoas para atuarem nas seringueiras – revela o produtor Paro.
– A nossa produção é muito pouco mecanizada e bem mais manual. Nos últimos anos nós tivemos uma taxa de desemprego menor no país e isso dificultou a contratação no campo. Tivemos muitas pessoas que saíram do campo e foram para a cidade em busca de outras oportunidades, esse ano isso já se reverteu – afirma Esperante.
Gilberto Nunes da Silva é exemplo dessa situação. Ele conta que decidiu abandonar o trabalho no setor sucroalcooleiro para trabalhar nos seringais.
– A cana está inviável agora para a gente, a cidade também não compensa. Tive essa oportunidade de trabalhar com seringais e achei mais viável atualmente – diz o trabalhador.