Um grupo de funcionários do Terminal Ecoporto, que fazem uma greve com duração de 24 horas, protesta nas proximidades do Porto de Santos, litoral paulista. A manifestação é contra as demissões de 210 trabalhadores, anunciadas pela empresa nos dois últimos dias.
Os manifestantes chegaram a bloquear, mais cedo, o acesso ao Porto. Por volta das 8h, o trânsito estava parcialmente liberado na Avenida Portuária.
Francisco Nogueira, presidente do Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport), disse que a Ecoporto vem demitindo funcionários desde janeiro. Para ele, o objetivo é cortar o efetivo em 50%. No total, a empresa tem 1,2 mil empregados.
– Isso não vai refletir só na economia do Porto, mas também na [economia da] região, no comércio, são mais de 500 pais de famílias. Essas demissões vão afetar muito a Baixada Santista – declarou.
Francisco estima que a adesão chega a 70% dos empregados. Ele reclama da maneira arbitrária como foram feitas as demissões: via telegrama.
– O sindicato propôs negociar qualquer tipo de acordo para evitar essas demissões, uma suspensão do contrato, uma readequação de turno ou até mesmo uma redução nos salários, para que a empresa ganhasse um pouco mais de tempo, conseguisse clientes novos e evitasse essas demissões. Em nenhum momento, a empresa sinalizou vontade de negociar nesse sentido – disse ele.
Em nota, a Ecoporto Santos informa que, apesar do protesto organizado pelo Sindicato da categoria, as atividades estão transcorrendo normalmente, sem impactos nas operações, e que “não há greve de funcionários”.
A Ecoporto esclarece que avaliou todas as alternativas para evitar demissões “porém em função da redução de volume, que se deve ao aumento concorrencial do Porto de Santos, precisou redimensionar o quadro de funcionários de operação portuária”.
A empresa conclui a nota, dizendo que está trabalhando para superar a necessidade de corte de funionários.
– [A Ecoporto] vem, ao longo dos últimos anos, investindo na modernização do terminal. Acredita que esse cenário é reversível e envida esforços para superar essa fase – diz.