Exportação de grãos puxam melhor desempenho da balança comercial desde setembro/11

Por outro lado, vendas de suco de laranja e açúcar tiveram recuo no mês passado

Fonte: Divulgação/Governo RS

As exportações do agronegócio apresentaram resultados mistos em setembro, com aumento no volume vendido de soja, café, milho e etanol e queda na exportação de suco de laranja e açúcar. Os dados são Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Considerando todos os produtos da pauta de exportação brasileira, a balança comercial registrou superávit de US$ 943 milhões, revertendo o déficit de US$ 943 milhões registrado em 2014. Trata-se do melhor mês de setembro deste 2011. 

No acumulado do ano, o saldo positvo soma US$ 10,246 bilhões, enquanto no mesmo período do ano passado houve saldo negativo de US$ 742 milhões.

Confira o resultado das principais culturas brasileiras.

Soja

As exportações brasileiras do complexo soja em setembro aumentaram 25,2% em volume, mas caíram 1,6% em receita na comparação com igual mês do ano passado. Os dados mostram embarques de 4,959 milhões de toneladas e receita de US$ 1,956 bilhão. Na comparação com agosto, as vendas externas diminuíram 24,1% em volume e 25% em receita.

Por causa do atraso na colheita, os maiores volumes embarcados pelo Brasil foram em maio, junho e julho. Neste momento, as exportações brasileiras de soja estão perdendo força, com a redução dos estoques e a logística portuária focada nos embarques de milho. Ainda assim, o volume enviado ao exterior em setembro foi maior na comparação anual, porque no ano passado as exportações de soja haviam começado mais cedo e se desacelerado antes. Já a receita diminuiu principalmente pela queda dos preços internacionais.

No acumulado de 2015, as vendas externas brasileiras do complexo somam 61,946 milhões de toneladas, incremento de 10,1% ante as 56,238 milhões de toneladas de igual período do ano passado. Até agosto, a receita obtida com as exportações totaliza US$ 24,419 bilhões, 16,2% abaixo dos US$ 29,146 bilhões obtidos há um ano.

As exportações de soja em grão somaram 3,705 milhões de toneladas em setembro, aumento de 38,8% ante as 2,669 milhões de toneladas embarcadas um ano antes. Já a receita com as vendas externas do grão atingiu US$ 1,430 bilhão, aumento de 6,1% na comparação com setembro de 2014 (US$ 1,347 bilhão). O preço médio do produto exportado somou US$ 385,9 por tonelada, ante US$ 504,7 por tonelada em igual mês do ano passado. Os dados mostram retração das vendas na comparação com agosto. O volume diminuiu 28,2%, enquanto a receita caiu 28,7%.

No farelo de soja, o volume exportado diminuiu 10,2% e a receita caiu 27,1% na comparação com setembro de 2014. Os embarques somaram 1,103 milhão de toneladas, ante 1,228 milhão de t em igual período do ano passado, e a receita chegou a US$ 427,1 milhões, contra US$ 586,1 milhões há um ano. Em relação a agosto, o volume embarcado para o exterior e a receita apresentaram redução de 0,6%.

Já em óleo de soja, as exportações em agosto atingiram 151 mil toneladas, 133,0% acima das 64,8 mil toneladas de setembro de 2014. A receita somou US$ 99 milhões, aumento de 85,7% ante os US$ 53,3 milhões registrados em igual mês do ano passado. Na comparação com agosto, há recuo de 41,9% no volume e de 43,0% na receita.

Café

A exportação brasileira de café em setembro (21 dias úteis) alcançou 2,919 milhões de sacas de 60 kg, o que corresponde um aumento de 5,6% em relação ao mesmo mês do ano passado (2,763 milhões de sacas).

Em termos de receita cambial, houve diminuição de 17,7% no período, para US$ 456,9 milhões em comparação com US$ 554,9 milhões em setembro de 2014.

Quando comparada ao mês anterior, a exportação de café em setembro apresenta aumento de 9,3% em termos de volume, pois em agosto passado o país embarcou 2,667 milhões de sacas. A receita cambial foi 7,7% maior, considerando faturamento de US$ 424,2 milhões em agosto.

No acumulado do ano até setembro, houve aumento de 0,73% na receita cambial com exportação de café em grão. O Brasil faturou US$ 3,719 bilhões em comparação com US$ 3,692 bilhões no mesmo período de 2014. O volume embarcado avançou 3,4%, de 20,258 milhões de sacas para 20,954 milhões de sacas entre janeiro e setembro deste ano.

Milho

O volume de milho embarcado para o exterior em setembro foi 28,8% superior ao registrado em igual período em 2014. O desempenho foi puxado pela valorização do dólar, que tornou o grão brasileiro mais competitivo no mercado externo.

As exportações do cereal somaram 3,455 milhões de toneladas no mês – o maior volume do ano. Em setembro do ano passado 2,683 milhões de toneladas haviam sido embarcadas. Em relação a agosto deste ano (2,284 milhão de toneladas), a exportação foi de 51,3% maior.

A receita com as vendas externas de milho atingiu US$ 580,3 milhões, alta de 17,3% em relação aos US$ 495 milhões registrados em setembro de 2014. O preço médio do milho exportado foi de US$ 167,9 a tonelada, queda de 8,9% em relação ao mesmo mês em 2014, de US$ 184,4 a tonelada. Na comparação com agosto, a alta da receita com as vendas externas de milho é de 49,2%, ante os US$ 389 milhões registrados naquele mês.

No acumulado dos primeiros nove meses do ano, os números do MDIC apontam incremento no volume embarcado. As exportações somam 12,328 milhões de toneladas, avanço de 11,3% ante os 11,075 milhões de toneladas de janeiro a setembro de 2014.

Etanol

O Brasil exportou em setembro 172,7 milhões de litros de etanol, avanço de 45,4% na comparação com os 118,8 milhões de litros embarcados em setembro de 2014. Em relação a agosto deste ano, quando foram embarcados 196,2 milhões de litros, contudo, o volume é 12% menor.

A receita cambial com a venda do biocombustível alcançou US$ 77,2 milhões em setembro, queda de 14,3% ante os US$ 90,1 milhões registrados em agosto. Em relação aos US$ 78,6 milhões de setembro de 2014, houve queda de 1,8%.

No acumulado de 2015, as exportações somam 1,121 bilhão de litros (+5%), com receita de US$ 561,2 milhões (-20,6%).

Suco de laranja

O volume de suco de laranja exportado no mês passado totalizou 127,7 mil toneladas, queda de 13,13% ante as 147 mil toneladas embarcadas em setembro de 2014, mas alta de 235,17%, em relação as 38,1 mil toneladas exportadas em agosto deste ano.

O preço médio por tonelada do suco exportado em setembro ficou em US$ 782 contra US$ 1.224,8 por tonelada em setembro do ano passado e US$ 1.232,1 por tonelada em agosto último.

A receita com exportação de suco de laranja do Brasil recuou 44,5% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2014, de US$ 180 milhões para US$ 99,9 milhões. O desempenho no último mês foi, no entanto, 113% superior aos US$ 46,9 milhões registrados em agosto deste ano.

Com o resultado de setembro, as vendas acumuladas de suco nos primeiros nove meses 2015 alcançaram 1,494 milhão de toneladas, alta de 16,9% ante o total embarcado em igual período do ano passado, de 1,278 milhão de toneladas. A receita em 2015 soma, até o momento, US$ 1,403 bilhão, valor 4,94% superior ao total de US$ 1,337 bilhão registrado de janeiro a setembro de 2014.

Açúcar

O Brasil exportou em setembro 1,763 milhão de toneladas de açúcar bruto e refinado, volume 2,6% menor que as 1,811 milhão de toneladas embarcadas em agosto e 20,2% inferior ante as 2,209 milhões de toneladas registradas em igual mês de 2014. Do total embarcado no mês passado, 1,412 milhão de toneladas foi de açúcar demerara e 350,8 mil toneladas, de refinado.

A receita obtida com a exportação total de açúcar em setembro último foi de US$ 536,5 milhões, 1,8% menor que a registrada em agosto (US$ 546,4 milhões) e 39,9% abaixo dos US$ 892,8 milhões computados em setembro de 2014.

No acumulado de 2015, foram exportadas 15,671 milhões de toneladas de açúcar (-8,4%), com receita de US$ 5,148 bilhões (-24,3%).

Carnes

A exportação de carne bovina voltou a crescer em setembro e, pela primeira vez no ano, os embarques registraram expansão em volume no comparativo anual. A receita em dólares obtida com as vendas também se recuperou no mês passado, mas o avanço não foi suficiente para superar o resultado de setembro de 2014.

A carne suína também expandiu vendas em volume, mas o faturamento foi afetado por queda no preço médio da tonelada. Já os exportadores de carne de frango comercializaram menos toneladas em setembro, em ambos os comparativos, no que pode ser um efeito da greve dos fiscais federais agropecuários. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 01, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e incluem produtos in natura.

A exportação de carne bovina in natura somou 96 mil toneladas em setembro, quantidade 7,5% maior que as 89,3 mil toneladas embarcadas em agosto. No comparativo anual, as vendas subiram 6,2% no mês passado, consideradas as 90,4 mil toneladas exportadas em setembro de 2014. O faturamento avançou 8%, totalizando US$ 436,9 milhões no período, ante os US$ 404,2 milhões obtidos em agosto. Em relação ao ano passado, quando as vendas somaram US$ 441,4 milhões a receita cambial caiu 1%. O preço médio por tonelada foi de US$ 4.549,1, ficando praticamente estável ante agosto (US$ 4.524, alta de 0,55%). Em relação a setembro de 2014 (US$ 4.882), houve retração de 6,8%.

A exportação de carne de frango totalizou 333,1 mil toneladas, quantidade 3,4% menor que a de agosto, quando foram vendidas 344,9 mil toneladas. Em relação a setembro de 2014, mês em que os embarques somaram 331,4 mil toneladas, houve um avanço de 0,5%. A receita cambial ficou em US$ 517,4 milhões, valor que está 8,9% abaixo do resultado de agosto (US$ 568 milhões) e é 18,4% menor que o do mesmo mês do ano passado (US$ 634,2 milhões). O valor médio por tonelada foi de US$ 1.553,4, com recuo de 5,7% ante agosto (US$ 1.647,1) e de 18,8% em relação a setembro de 2014 (US$ 1.913,7).

Os embarques de carne suína ficaram em 45,2 mil toneladas em setembro, ante as 42,1 mil toneladas do mês anterior, avanço de 7,4%. Em relação a igual período do ano passado, quando foram vendidas 36 mil toneladas, a exportação cresceu 25,5%. O faturamento no mês passado somou US$ 112,6 milhões, ante US$ 106 milhões de agosto (+6,2%). No entanto, a receita cambial diminuiu 21,4% no comparativo anual, dados os US$ 143,3 milhões captados em setembro de 2014. O preço médio por tonelada foi de US$ 2.493,5, queda de 0,9% ante os US$ 2.515,4 de agosto e recuo de 37,4% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 3.983,2).

A exportação de carne bovina se recuperou em setembro, mas segue em queda no acumulado dos primeiros nove meses. As vendas no período totalizaram 766,6 mil toneladas, quantidade 16,2% menor que as 914,8 mil toneladas verificadas entre janeiro e setembro de 2014. O faturamento foi de US$ 3,345 bilhões, 20,7% menor que os US$ 4,217 bilhões do ano passado.

A carne de frango ampliou volumes nos primeiros nove meses, mas as receitas permanecem aquém do resultado de 2014. Foram embarcados 2,884 milhões de toneladas (+6,8%, ante os 2,701 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado), com faturamento de US$ 4,737 bilhões, 7,4% menor que os US$ 5,116 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado.

A carne suína também expandiu os embarques em volumes e registrou queda nas receitas. Até setembro, foram US$ 866,5 milhões em vendas, recuo de 16,3% ante o US$ 1,036 bilhão do período passado. Foram exportadas 335,8 mil toneladas este ano, contra 307 mil toneladas nos primeiros nove meses de 2014 (+9,4%).