A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) alerta pecuaristas de que é preciso se engajar na segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa para garantir a qualidade do rebanho nacional.
Em nota, o presidente da entidade, Luiz Claudio Paranhos, destaca que o Brasil este ano conseguiu retomar embarques à China e abriu o mercado norte-americano em virtude de ganhos de reputação em sanidade animal e diz que o país não pode correr “o risco de ter um caso de aftosa por descuido, desinformação ou procedimentos indevidos no momento da vacinação”.
A associação também afirma que produtores precisam estar atentos à composição das vacinas e devem orientar funcionários para que façam a aplicação adequada das doses, a fim de evitar reações vacinais nos bovinos, como abscessos, que podem reduzir o rendimento da carcaça.
Em estudo divulgado no ano passado, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) quantificaram as perdas.
Os pesquisadores analisaram 1.012 animais em 19 abates ao longo de 2013 e concluíram que reações vacinais causaram perdas de 6,5 quilos por boi. Considerando o valor da arroba à época, R$ 115, bem inferior ao preço atual, as perdas por animal foram estimadas em R$ 50.
– Não podemos admitir que o maior exportador mundial de carne bovina e um dos maiores produtores ainda tenha esse tipo de problema causado pela qualidade da vacina, conservação ou manuseio – afirma Paranhos.
A segunda fase da campanha de vacinação do Ministério da Agricultura ocorre em novembro na maioria dos estados brasileiros, com exceção de Roraima, onde a ação já começou, e em Rondônia, onde a etapa vai se realizar entre 15 de outubro e 15 de novembro.