A paixão pelos cavalos quase sempre é herança de família e as competições que são realizadas no interior de São Paulo, até o próximo domingo, dia 18, servem como verdadeiros celeiros de novos talentos. Praticantes mirins podem se transformar em grandes campeões. Caso do Rogério Alvarenga, de sete anos.
O menino é quem aquece o cavalo para que o pai Gustavo Alvarenga entre na pista. A parceria é assim desde que o garoto percebeu que viver a rotina de provas é mais que diversão, é admiração!
Repórter: Você gosta de cavalo porquê?
– Porque meu pai monta – responde Rogério.
– O exemplo pra criação de um filho é tudo, então se ele te admira e acha legal aquilo, com certeza ele vai fazer aquilo também – justifica o pai, Gustavo, competidor de Goiânia.
É assim em todos os eventos oficiais da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM): onde tem cavalo, lá estão os cavaleiros do futuro. O pai da Júlia Rezende, de apenas dois anos, acha que não tem como ser diferente!
– Ela é a quinta, é a filha caçula, e monta desde pequenininha, é ela que gosta, não tem jeito. Ela vê o cavalo, ela quer montar, quer pegar, é dela. A gente não força não, nasce assim – conta José Gonçalves de Rezende Jr.
Mas não é só pela montaria que os pequenos se interessam. Muitos deles, desde muito cedo, demonstram habilidade em provas difíceis, como é o caso do laço. Leopoldo Magagnin tem só três anos, mas uma disposição de dar inveja a muito cavaleiro profissional, e plateia garantida, o avô, Valmir Magagnin, cavaleiro há 20 anos.
– É muito orgulho, muito bonito de ver, saber que a geração continua. Os filhos laçam, o neto laça, fazem tambor, baliza, tudo gostam do cavalo – festeja o competidor.
O juiz Alessandro Souza fundou há 15 anos uma escola para cavaleiros iniciantes no Rio de Janeiro. Ele é juiz nas competições e sabe bem como os praticantes mirins se transformam em grandes campeões.
– A criança tem que ir pra um lugar que tenha uma estrutura onde tenham animais bem mansos, para elas se sentirem bastante confiantes na condução e controle desses animais. E ter um profissional qualificado orientando, sempre muito devagar, sem muita cobrança, porque tem que ser gostoso pra criança – orienta Souza.
A presença dos pequenos é tão comum por aqui que a própria ABQM estimula a aproximação de menores de 10 anos à prática de algumas provas dentro dos eventos oficiais.
– Começou numa iniciativa das próprias mães que não tinham muito o que fazer com seus filhos de muita pouca idade, e eles começaram a praticar aqui no parque uma prova de laço, laçando um cavalete, e a gente resolveu pegar essa ideia e fazer crescer. Hoje, são poucas oportunidades, principalmente para as crianças, de ter atividade externa, uma atividade saudável, com um grupo de pessoas que a gente sabe, de pessoas que estão sempre correndo pelo bem. Então, tirar um pouco as crianças do tablet, da televisão, é sempre importante – argumenta o superintendente geral da ABQM, Celso Minchillo.