O Sindicato Rural de Anápolis, no interior de Goiás, está montando em parceria com a Polícia Militar um sistema de comunicação para formar uma rede de segurança no campo. Os produtores querem novas estratégias para reduzir a violência no campo, mas não abrem mão de ter o direito ao porte de arma.
O primeiro passo foi garantir a segurança do local que vai servir de base para implantar o sistema de vigilância comunitária integrado. O projeto piloto vai começar com o cadastro de 100 propriedades.
– Você tem transmissão de dados via voz, com criptografia, um sistema de rastreamento GPS, integrado com o Copom [Comando de Operações] das Polícias Militar, Civil, Bombeiros e Samu. Aí você começa a ter uma sinergia dos órgãos para te dar segurança. Quando for acionado um alarme, todo mundo naquele quadrilátero souber e conseguir fechar, aí fica mais difícil roubar uma propriedade – disse o produtor rural Randerson Aguiar.
O projeto deve ficar pronto até o início de 2016. A ideia é formar uma grande rede de proteção nos municípios da região para reduzir as ocorrências nas propriedades e facilitar a captura dos criminosos. A Polícia Militar está mapeando por GPS a localização de cada fazenda. O custo para cada produtor que entrar no sistema deve ficar em R$ 8,5 mil.
Apesar da possibilidade de reduzir o tempo de resposta da polícia, os agricultores acreditam que as estratégias e as novas tecnologias não são suficientes. Eles defendem que o porte de arma seja liberado para quem mora no campo.
– Eu acho que é indispensável, o produtor rural precisa ter arma. Ele não precisa usar, mas a medida que ele precisar de usar, ele tem que ter, porque é muito melhor você ter e não usar do que a hora que precisar você não ter a arma – afirmou o presidente do Sindicato Rural de Anápolis, Pedro Olímpio.
Isolado e sem comunicação eficiente, o produtor Fausto Ferreira acredita que estar armado no campo garante uma chance de defesa. Ele foi assaltado duas vezes este ano e a família sofreu a violência de ficar sob a mira de uma arma.
– Tanto que ele ameaçou a minha filha, minha esposa, e perguntou cadê sua arma, como você mora na roça e não tem uma arma? Falei que a única arma que eu tenho é a espingarda para matar uns bichinhos que estão comendo minhas galinhas, só pra isso. E aí ele falou: mas tem que ter uma arma. Eu falei não tenho, pode procurar, revira minha casa. Tanto que revirou minha casa toda. O que tinha lá dentro que dava conta de carregar ele levou todo – disse.