Operação Huno combate mercado clandestino de cigarros

Estimativa de prejuízo causado à União em tributos não recolhidos supera 2,3 bilhões de reais 

Fonte: Polícia Federal/Divulgação

Uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Receita Federal e Procuradoria da Fazenda Nacional deflagrou na manhã desta quinta, dia 5, a Operação Huno, de combate ao mercado clandestino de cigarros. A ação ocorre nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pará.

Em todo o país foram cumpridos sete mandados de prisão, sete de condução coercitiva e 50 de busca, além da determinação judicial do sequestro/arresto de 59 imóveis, 47 veículos e contas bancárias, patrimônio que totaliza aproximadamente 80 milhões de reais. De acordo com a PF, a estimativa de prejuízo causado ao governo federal em tributos não recolhidos supera R$ 2,3 bilhões.

Durante as investigações, que iniciaram em setembro de 2014, o esquema foi desvendado pela PF. Os ilícitos abrangem associação criminal, receptação, falsificação de documentos, sonegação fiscal, exportação irregular de fumo, contrabando de cigarros, adulteração de produtos entregues a consumo e pirataria de marcas registradas.

Parte desse fumo era fornecido para fábricas no Paraguai através de exportação irregular e retornava ao Brasil como cigarro industrializado contrabandeado. O restante seguia para fábricas clandestinas de cigarros localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O pagamento pelo fumo processado era realizado com o produto contrabandeado ou pirateado e em automóveis de luxo, máquinas urbanas (retro-escavadeiras e moto-niveladoras) ou agrícolas (colheitadeiras e tratores).

A operação

A operação foi batizada de “Huno” como metáfora relacionada com as atividades da organização criminosa – em virtude do registro histórico da confederação eurasiática de nômades hunos, que ocuparam ampla vastidão territorial através de alianças e assolaram o Império Romano com saques e pilhagens. De outro lado, o nome da operação tem a mesma fonética de “Uno”, em alusão à integração dos servidores de três diferentes instituições em um objetivo persecutório único: desarticular o esquema criminal, lançando tributos e garantindo a execução fiscal.