Bombeiros já resgataram 500 vítimas de rompimento de barragem em área rural de MG

Rompimento de barragem atingiu principalmente os distritos agrícolas de Bento Rodrigues e Paracatu, na cidade mineira de Mariana

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informou nesta sexta-feira, dia 6, que cerca de 500 moradores de áreas afetadas pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG), já foram resgatados pela corporação. No total, 105 bombeiros e 20 viaturas estão no local.

As barragens do Fundão e de Santarém, da Mineradora Samarco, tiveram rompimento nesta quinta, dia 5, por volta das 16h30 e inundaram a região com lama, rejeitos sólidos e água usados no processo de mineração. Foram atingidos principalmente os distritos de Bento Rodrigues (600 habitantes) e Paracatu, que são essencialmente agrícolas. Muitos dos agricultores da região são produtores de pimenta biquinho.

Desde quinta-feira, dia 5, quando houve o acidente, as pessoas atingidas estão sendo encaminhadas para a “Arena Mariana”. Outro ponto no município, o centro de convenções Afonso de Guimarães, está recebendo donativos e inscrições de voluntários. 

A prefeitura também está preparando o local para receber desabrigados, caso necessário. A solicitação é para que as pessoas entreguem produtos de higiene pessoal como pasta e escovas de dente, toalhas, além de água mineral e alimentos de preparo instantâneo. O centro de convenções fica na rua  Diogo de Vasconcelos, nº 328.

Vítimas

De acordo com o comunicado do Corpo de Bombeiros, as vítimas primeiramente tomam banho, para a retirada de resíduos de ferro, e, em seguida, são encaminhadas para unidades de saúde da região.

A corporação informou ainda que quatro feridos – dois adultos e duas crianças – foram resgatados e levados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Três helicópteros auxiliam nos trabalhos e duas retroescavadeiras estão sendo usadas para abrir passagem e permitir acesso aos locais mais afetados pela tragédia.

De acordo com boletim atualizado na manhã desta sexta pelo Hospital Monsenhor Horta, em Mariana (MG), seis pessoas receberam alta e uma permanece internada. A unidade de saúde recebeu, até o momento, oito vítimas da tragédia. Uma delas já chegou morta ao local.

Os números de atingidos pela tragédia ainda são desencontrados. O Sindicato dos Trabalhadores da Extração de Minérios informa que há 16 mortes e 45 desaparecidos. Pelos dados da Defesa Civil, são duas mortes e 13 trabalhadores desaparecidos.

A prefeitura de Mariana criou uma conta para receber doações: Banco do Brasil, agência 22799, conta 1000-5, CNPJ 18295303/00144.

Barragens de rejeito, como a que se rompeu em Minas, são feitas para reter os resíduos sólidos e água dos processos de mineração. O rejeito é o material que deve ser armazenado para proteção do meio ambiente.

Eventos

Eventos previstos para este fim de semana foram cancelados pela prefeitua local, em virtude do acidente com as barragens. O calendário do município incluía a inauguração de uma unidade básica de saúde em Pombal e a realização de uma feira de adoção de animais.

“Neste momento, a prefeitura de Mariana está focada nos trabalhos de resgate e suporte aos atingidos”, informa a nota divulgada pela prefeitura de Mariana nesta sexta.

Barra Longa

A lama e a sujeira liberadas com o rompimento das barragens atingiram a cidade de Barra Longa, distante 60 quilômetros do local da tragédia. O prefeito Fernando Carneiro informou que o município está completamente inundado e que pelo menos três povoados estão isolados.

Segundo ele, cerca de 50 casas localizadas na parte mais baixa da cidade foram danificadas depois que o Rio Gualaxo do Sul transbordou. Na zona rural, uma residência foi completamente destruída. “A pessoa saiu de lá só com a roupa do corpo”, contou Fernando Carneiro.

“Estamos sem acesso a três povoados porque perdemos três pontes e só se chega de helicóptero agora”.