As exportações do agronegócio brasileiro superaram as importações em outubro, com saldo comercial positivo de US$ 6,725 bilhões. Os dados, divulgados nesta segunda, dia 9, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mostram ainda que as vendas para o exterior somaram US$ 7,77 bilhões no mês passado, enquanto as importações ficaram em US$ 1,051 bilhão. Os itens que mais puxaram as exportações foram complexo soja (alta de 65,3% frente a outubro/2014); e cereais, farinhas e preparações (+58,9%).
Apenas o complexo soja vendeu US$ 1,63 bilhão; o segmento de carnes ficou com US$ 1,22 bilhão e cereais, farinhas e preparações com US$ 979,1 milhões. A lista segue com produtos florestais (US$ 969,2 milhões) e complexo sucroalcooleiro (US$ 863,3 milhões). Os cinco itens, juntos, representam 72% do total exportado no mês passado.
Já as importações do agronegócio, diante da alta do dólar, recuaram, caindo de US$ 1,44 bilhão em outubro de 2014 para US$ 1,05 bilhão em outubro de 2015. Os principais produtos importados foram trigo (US$ 105,9 milhões, -20%); papel e celulose(US$ 99,6 milhões, -38,7%); pescados (US$ 88,2 milhões, -34,8%); lácteos (US$ 46,9 milhões, +2,7%), e malte (US$ 33,04 milhões, +39,0%).
Soja
O complexo soja apresentou queda de 19% no preço médio, na comparação com outubro do ano assado, quando apenas as vendas de soja em grão subiram de 740 mil toneladas para 2,6 milhões de toneladas (+251%). Apesar do volume maior, o preço médio de exportação da soja em grão caiu 22,1% nessa base de comparação. O ministério ainda informou que as exportações de farelo de soja foram de US$ 527,7 milhões, enquanto as exportações de óleo de soja foram de US$ 108,1 milhões.
No ano, o complexo soja se manteve como principal setor do agronegócio em valor exportado (US$ 26,11 bilhões). As vendas de soja em grãos representaram 77,2% desse montante (US$ 20,15 bilhões). A quantidade embarcada do produto foi de 52,15 milhões de toneladas, o que representou crescimento de 14,9% ante 2014. Assim como o grão, o farelo e o óleo também apresentaram incremento no total embarcado (alta de 6,7% e de 22,7%, respectivamente). A retração dos preços médios, contudo, não compensou a ampliação da quantidade, levando a uma queda de 13,6%, em dólares, no complexo soja, passando de US$ 30,226 bilhões no ano passado para US$ 26,113 bilhões em 2015.
Em 12 meses até outubro, o complexo soja registrou exportações totais de US$ 27,29 bilhões, o equivalente a 68,53 milhões de toneladas comercializadas. Com esse desempenho, houve queda de 14,7% em valor e crescimento de 11,6% em quantidade. O preço médio do produto caiu 23,6% no período.
Carne
Apesar da alta do dólar, as exportações de carne caíram 28,4% em outubro, passando de US$ 1,7 bilhão no ano passado para US$ 1,22 bilhão no mês passado. O resultado, segundo o Ministério da Agricultura, foi determinado por preço menor e queda no volume embarcado. A Pasta, no entanto, não relatou o tamanho desses recuos na comparação mensal.
Quase todas as carnes apresentaram queda no valor exportado: carne de frango registrou queda de 30,8%; carne bovina de 21,2%; carne suína de 41,3%; e carne de peru uma queda de 35,8%. Apenas a carne suína registrou avanço no mês, alta de 0,5%.
No ano, as carnes ocuparam a segunda posição no ranking de setores, com US$ 12,19 bilhões. O principal produto do setor foi a carne de frango (US$ 5,88 bilhões e 3,45 milhões de toneladas); seguida pela carne bovina (US$ 4,76 bilhões e 1,11 milhão de toneladas) e carne suína (US$ 1,05 bilhão e 434 milhões de toneladas). Dessas três, somente a bovina apresentou queda em quantidade embarcada (-14,1%). Frango, em contraponto, cresceu 3,8% e suíno 6,0%.
O ministério informou ainda que os mercados que mais contribuíram para a queda nas exportações de carne bovina foram Rússia (-133 mil toneladas), Hong Kong (-110 mil toneladas) e Venezuela (-59 mil toneladas). A China e o Egito foram os mercados que mais contribuíram para amenizar a situação, visto que ampliaram a compra do produto brasileiro em 61 mil e 45 mil toneladas, respectivamente.
Café
Apesar do recorde de exportação de café verde para um mês, com 198.400 toneladas em outubro, o produto registrou queda de 20,2% em valor, passando de US$ 692,3 milhões em outubro de 2014 para US$ 552,4 milhões. Com isso, o item que tradicionalmente figurava entre os cinco principais da pauta do agronegócio, caiu para a sexta posição. Segundo o Mapa, houve queda de 27,1% no preço médio de exportação do produto no mês, o que mais que compensou a elevação na quantidade exportada (+6,9%).
No ano, as exportações do setor de café alcançaram US$ 5,16 bilhões. O café verde, principal produto do setor, registrou US$ 4,64 bilhões em vendas, montante 4,1% menor ao registrado em 2014. O preço médio, que caiu de US$ 2.969 para US$ 2.833 por tonelada, foi determinante para esse resultado, já que houve aumento na quantidade em 0,5%. No acumulado de 12 meses até outubro, o setor cafeeiro gerou uma receita de exportação de US$ 6,46 bilhões, com expansão de 4,1% em relação às vendas externas verificadas entre novembro de 2013 e outubro de 2014 (US$ 6,20 bilhões).