O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) informou que o rebanho confinado em 2015 no estado cresceu 5,2% em relação ao ano passado, totalizando 669.893 cabeças. Os dados compõem o terceiro levantamento sobre as intenções de confinar em Mato Grosso.
“Apesar do leve crescimento, o volume de animais fechados em 2015 ficou bem abaixo do projetado no início do ano pelos produtores, quando as intenções chegavam a 789.660 cabeças”, afirma o instituto, em relatório.
O Imea pontua que a perspectiva de alta da arroba no início deste ano estimulou pecuaristas a preverem reforço no confinamento, mas os custos com a compra da reposição e outros insumos refrearam a iniciativa. Segundo o instituto, com o avanço destes preços, a margem da atividade foi reduzida e deve fechar o segundo semestre em R$ 4,66/cabeça.
Nas regiões oeste e centro-sul do estado, onde o preço do boi gordo é mais alto e a disponibilidade de animais para a reposição é elevada, o estudo indica que o confinamento cresceu. Em compensação, no médio-norte e sudeste, onde a dependência de compra de bois magros é maior, a atividade reduziu este ano.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) nota que 12,8% dos animais confinados este ano se valeram de ferramentas para garantia antecipada dos preços de venda, a fim de aumentar a previsibilidade dos rendimentos na atividade. Do total, 11,2% foram negociados a termo (diretamente com os frigoríficos) e 1,6% por meio dos contratos futuros da BM&FBovespa.
Os pecuaristas que utilizaram instrumentos de hedge (proteção) tiveram margem média positiva de R$ 70,04 por animal no confinamento. Em contrapartida, os produtores que venderam a produção no balcão ficaram com resultado negativo em R$ 17,08 por cabeça. “O confinamento é uma estratégia de alto risco e todas as ferramentas que minimizem o mesmo devem ser utilizadas”, pondera o superintendente da Acrimat, Olimir Cividini, em nota.
O gerente de projetos da Acrimat, Fábio Silva, destaca que os pecuaristas interessados em negociar na BM&FBovespa devem contratar profissionais habilitados e ter caixa disponível para atender aos ajustes diários que ocorrem na Bolsa. “As ferramentas de negociação estão disponíveis, é preciso utilizá-las”, diz.