A ministra Kátia Abreu concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira, dia 24, durante o lançamento do Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária na Faixa de Fronteira. Entre os assuntos tratados, ela admitiu os produtores terão mesmo que pagar a conta da subvenção do seguro rural que contrataram junto às seguradoras.
Além disso, também afirmou que é contra o plano do governo de redução de uso de agrotóxicos no campo e informou que, em janeiro, será inaugurado um laboratório de análise sobre o mormo com nível internacional
Seguro Rural
Kátia Abreu disse que não conseguiu uma nova suplementação de recursos para o seguro, conforme havia acenado anteriormente. A ministra disse que sua gestão foi prejudicada pelas contas pendentes de 2014 e que teve que “fazer uma ginástica” para acertar o passivo.
Segundo ela, o Ministério da Agricultura encaminhou em agosto um ofício para as seguradoras determinando que o limite para subvenção para novas apólices era mesmo de R$ 300 milhões.
“Nós não sabemos o que o produtor vai fazer, nós só sabemos que subvencionamos R$ 300 milhões de seguro agrícola. Se o produtor quiser fazer seguro agrícola sem subvenção do governo é um direito que ele tem”, disse a ministra.
Ela afirma que, no ano que vem, com credibilidade junto às seguradoras, será retomado o orçamento antigo de R$ 700 milhões.
Agrotóxicos
A ministra disse que é contra o plano do governo de redução de uso de agrotóxico no campo, pois isso colocaria em xeque o agronegócio brasileiro. Para Kátia Abreu, o Brasil é líder nas exportações porque usa corretamente os defensivos.
“Esse projeto seria a sentença de morte da agricultura brasileira”, afirmou.
Sobre a burocracia para os registros de novos produtos para defesa fitossanitária, a ministra disse que, por enquanto, mudou de ideia com relação a criar um novo órgão para resolver o assunto. Ela vai apoiar a nova gestão da Anvisa e lutar pela contratação de mais funcionários.
Se, no entanto, o órgão “resistir a se tornar eficiente”, buscaria uma nova alternativa para agilizar os processos de registros.
“No passado, tínhamos uma praga a cada cinco anos, hoje são três pragas novas a cada ano. Nós não podemos ter uma entidade que se dispõe ideologicamente a não registrar agroquímicos com burocracia. Eu vejo uma luz no fim do túnel e acho que a Anvisa está disposta a esta modernização”.
Mormo
Kátia Abreu afirmou que, em janeiro, será inaugurado um laboratório de análises para a doença no Recife, em cooperação com a Alemanha. Dessa forma, não serão mais preciso mandar amostras para o país europeu, que tem o reconhecimento da Organização Internacional de Epizootias (OIE).