O produtor rural de Andradina (SP) Manoel José Gomes de Soutello escreveu ao Canal Rural para perguntar sobre o preço do açúcar.
– O atual preço do açúcar é somente em função da variação do câmbio ou se existem outros motivos?
No quadro Canal Rural Responde, o analista de mercado da G7 Agro João Oswaldo Baggio respondeu à dúvida durante a primeira edição do Mercado & Cia desta terça, dia 1º de dezembro.
Segundo o analista, a alta nos preços está relacionada ao dólar sim, mas também se deve à produção menor, que restringiu a oferta do produto. Baggio explica que isso ocorre porque este ano foi muito chuvoso e favoreceu a produção de etanol no lugar do açúcar.
Preço
Os preços do açúcar seguiram em alta no final de novembro e o Indicador CEPEA/ESALQ do cristal cor Icumsa entre 130 e 180, mercado paulista, fechou a R$ 78,41 a saca de 50 kg, na segunda, dia 30, alta de 6,75% no acumulado do mês.
Segundo pesquisadores do Cepea, a movimentação no mercado de cristal seguiu estável, mas foi menor que a observada na primeira quinzena de novembro. As chuvas foram um pouco mais intensas na maior parte das regiões produtoras de cana do estado de São Paulo e interromperam a moagem e a produção em alguns dias, cenário que influenciou as novas altas nos preços.
Etanol
Pela segunda semana consecutiva, os preços do etanol hidratado caíram no mercado paulista. Entre 23 e 27 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) do hidratado foi de R$ 1,7191/litro (sem impostos, a retirar em usina), baixa de 0,7% em relação à semana anterior.
Segundo pesquisadores do Cepea, usinas continuaram ofertando um volume maior do produto, devido à necessidade de “fazer caixa” para arcar com despesas de fim de safra e de final de ano. A demanda, por sua vez, seguiu enfraquecida, refletindo a perda de competitividade do biocombustível frente à gasolina nos postos de praticamente todos os estados brasileiros.
Quanto ao anidro, houve estabilidade na semana, com o Indicador a R$ 1,9767/litro (sem impostos, a retirar em usina).