A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) manteve nesta quarta, dia 2, a sua previsão de produção de soja do Brasil em 2015/2016 em 98,6 milhões de toneladas. “A safra vai ser muito boa, um novo recorde, próximo dos 100 milhões de toneladas”, assinalou o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli. Ele reconheceu os problemas no plantio em Mato Grosso por causa da irregularidade das chuvas, mas disse que “ainda não há grandes ameaças“.
Com relação às exportações do Brasil em 2016, a projeção também foi mantida em relação à estimativa de novembro, de 53,8 milhões de toneladas. Se confirmado, o número representaria um aumento de 1,5% na comparação anual, apesar da maior concorrência no mercado internacional.
Segundo o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho, o plantio de uma safra que pode chegar a 100 milhões de toneladas é um marco importante para o Brasil como fornecedor de grãos no mercado internacional. “Isso abre a possibilidade de visualizar a oportunidade de continuar expandindo a produção. Os chineses têm demandado todo ano de 5 milhões a 6 milhões de toneladas a mais de soja”, assinalou.
Ele destacou que nos Estados Unidos e na Argentina boa parte das áreas que podem ser dedicadas à soja está ocupada, o que não é o caso do Brasil. “O país tem áreas que podem ser e estão sendo liberadas da pecuária”, apontou. “Nosso desafio é agregar valor aqui e aumentar o nosso processamento.” A expectativa da associação é de que o esmagamento no Brasil cresça de 40,1 milhões de toneladas em 2015 para 40,5 milhões de toneladas em 2016.
Lovatelli fez ainda um balanço do ano de 2015. “Não posso dizer que tenha sido espetacular, mas o câmbio nos deu uma ajuda, e os resultados se mantiveram em um patamar ainda digno”, afirmou. O gerente de Economia da entidade, Daniel Amaral, disse que o setor apresentou boa performance este ano em comparação com os outros segmentos da economia. “Não foi um desempenho tão bom quanto a gente gostaria, mas, dentro de um quadro bastante delicado que a economia está passando, também não dá reclamar”, assinalou.
Para Amaral, o cenário de queda dos preços internacionais “exige que trabalhemos custos de escoamento de produção”. Ele ressaltou que vias estratégicas, como o trecho norte da BR-163, ainda deixam a desejar, assim como outras rotas do Arco Norte. “Os portos do Arco Norte já compreendem volume de exportação de 10 milhões de toneladas, que tende a crescer nos próximos anos”, finalizou.