MPF vai à Justiça para forçar Incra a mudar condução de reforma agrária

Ideia é que seja determinada ao Instituto a obtenção de licenciamentos ambientais prévios à desapropriação da propriedade para projetos de assentamentosO Ministério Público Federal (MPF) em Goiás protocolou nesta sexta, dia 17, uma ação civil pública, com pedido de liminar, para que Justiça Federal determine ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a obtenção de licenciamentos ambientais prévios à desapropriação da propriedade para projetos de assentamentos, em todo o território nacional.

O MPF pede ainda à Justiça Federal o estabelecimento de multa de R$ 1 milhão ao Incra para cada processo administrativo de desapropriação concluído sem a licença ambiental prévia.

Segundo os procuradores da República Ailton Benedito de Souza e Adrian Pereira Ziemba, “é absurdo, irracional e antijurídico” o processo de desapropriação de imóvel rural, com gasto de recursos públicos, sem garantia da viabilidade socioambiental do projeto de assentamento.

O Incra, segundo eles, estaria praticando uma “inversão lógica dos procedimentos”, que pode gerar prejuízos ao erário, uma vez que órgãos competentes podem considerar uma área já desapropriada ambientalmente inviável para a reforma agrária. O licenciamento deveria ser providenciado, defendem os procuradores, durante a fase administrativa dos processos de desapropriação.

Em maio deste ano, o MPF já tinha recomendado ao Incra que as vistorias técnicas ambientais fossem realizadas simultaneamente às vistorias para elaboração dos laudos agronômicos de fiscalização. A recomendação, entretanto, foi rejeitada.