Dez mil hectares de laranja em SP e MG estão abandonados

Praga é o principal razão para interrupção da exploração comercial. Áreas podem prejudicar produção de pomares sadios

Fonte: Reprodução

Levantamento realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) indica que São Paulo e Minas Gerais, principais produtores de laranja no país, possuem quase 10 mil hectares de pomares abandonados. Grande parte dessa área foi deixada de lado em função do greening, doença que tem inviabilizado plantios nos dois estados. A situação preocupa citricultores, já que muitos desses lotes apresentam alta incidência de pragas e podem prejudicar a produção de plantações sadias.

O alto índice de greening em algumas áreas leva à queda da produção de frutos e da produtividade do pomar, informa o engenheiro agrônomo do Fundecitrus Ivaldo Sala. “Isso diminui a rentabilidade e leva também o produtor a abandonar essas áreas”, diz.

Sala explica que a transmissão ocorre por um inseto, o psilídeo, que se contamina em planta com o greening e leva isso para áreas sadias. 

Mesmo que o produtor realize todos os procedimentos necessários para combater o inseto, se os vizinhos não fazem o controle, a praga também pode afetá-lo. É o que ocorre na propriedade de Frauzio Ruiz Sanchez. 

Nesta safra, o produtor esperava obter 1.500 caixas de laranja por hectares, mas deve colher apenas 700. O custo de produção aumentou 30% por conta do maior uso de inseticidas.

Ele afirma que nos últimos anos o custo de produção girava em torno de R$ 12 a R$ 14 por caixa. “Agora, estamos estimando de R$ 16 a R$ 18 por caixa”, afirma Sanchez.

Vespa

Uma das formas de combater a doença é produzindo uma vespa  (Tamarixia radiata) que é inimiga natural do psilídeo transmissor do greening. Há seis anos, ela vem sendo produzida em escala dentro do laboratório de controle biológico do Fundecitrus. 

A vespa procura as fases jovens da praga para depositas seus ovos.  “As larvas vão consumir esse psilídeo, impedindo que ele vá para os pomares comerciais e assim transmita a doença”, explica a coordenadora do laboratório, Ana Carolina Pires Veiga. Segundo ela, a eficiência da vespinha é de 70% no controle da fase jovem do psilídeo.