Produção de café é estimada em 43,24 milhões de sacas nesta safra

Queda foi provocada pela seca, de acordo com o terceiro levantamento divulgado pela Conab nesta quinta

Fonte: André Luíz A. Garcia/Fundação Procafé

A safra 2015 de café arábica e conilon está estimada em 43,24 mi de sacas, uma redução de 5,3% em relação a produção de 45,64 mi de sacas do ano passado. A queda, em período de baixa bienalidade da cultura para a maioria das regiões, com exceção da Zona da Mata mineira, foi provocada pela seca, de acordo com o terceiro levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta, dia 17. 

A região que mais sofreu com o estresse hídrico foi o Espírito Santo, onde a redução foi de 16%. Analisando só a variedade de café conilon, a produção no estado deve cair 22%.

Ao mesmo tempo, a área de plantio se mantém praticamente estável, somando 2.248,9 mil ha, que é 0,9% inferior à safra passada. Por isso, o diretor de Política Agrícola da Conab, João Marcelo Intini, acredita em recuperação da safra. “Claro que vai depender do clima, mas temos a perspectiva de recuperar ou até mesmo superar a estimativa”, afirma.

Com relação à pesquisa realizada em setembro (42,15 milhões de sacas), houve um aumento de 2,7% ou o equivalente a 1,1 milhão de sacas. Isso se deve, principalmente, ao ganho na carga produtiva de café em coco medida no período da colheita e ao rendimento do café beneficiado. A produção do café arábica deve ser de 32 milhões de sacas, o que representa 74,1% do total do país. Há redução de 1,7%, devido baixa de 1.532,7 mil sacas no Cerrado Mineiro e 524,9 mil em São Paulo, correspondendo a 26,6 e 11,4%, respectivamente.

A espécie apresenta ganho de produção apenas na Zona da Mata Mineira, Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Esta região de Minas está em ano de bienalidade positiva e, apesar das condições climáticas adversas, tem boa produtividade. No Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro a produção recupera-se das condições climáticas adversas, superando a safra anterior.

O conilon deve colher 11,19 milhões de sacas, o que representa uma redução de 14,2%, devido a queda da produção no Espírito Santo, maior estado produtor da espécie. O resultado se deve à estiagem da safra  atual,  com  as  lavouras  do  estado  afetadas  por  déficit  hídrico,  elevadas temperaturas  e grande insolação nos primeiros meses do ano, o que levou à má formação dos grãos.

Área

Do  total de  2.248,9 mil hectares,  326,8  mil  hectares (14,5%)  estão  em  formação  e  1.922,1  mil  hectares (85,5%) estão em processo produtivo.

Com relação ao café arábica, a área plantada no país soma 1.766,9 mil hectares. Nesta safra, houve um decréscimo de 1,1% ou o equivalente a 18.860,5 hectares. Minas Gerais concentra a maior área com a espécie, com 1.190,6 mil hectares, seguido de São Paulo com 213 mil hectares. Já para o café conilon, há uma redução de 0,2% na área, estimada em 482 mil hectares.

Cana

Segundo a Conab, a safra 2015/2016 de cana­-de-açúcar produzida pelo Brasil pode chegar a 658,7 milhões de toneladas, com um aumento  de  3,8%  em  relação  à  safra  anterior,  quando  foram  colhidas  634,8  milhões  de toneladas. A estimativa de um aumento na produção e na produtividade (3,9%) se deve, sobretudo, à participação dos canaviais da região Centro­-Sul que não sofreram os efeitos da falta de chuvas na safra anterior e que  afetaram  a  produtividade.  O  estudo  mostra  também  que  a  área  de  colheita  teve  um  pequeno decréscimo.

A maior parte da cana colhida vai ser destinada à fabricação de etanol, que representa 57,9% de toda produção. O etanol total deve ter um aumento de 1,9% ou cerca de 554 milhões de litros, passando de 28,66 para 29,21 bilhões de litros, enquanto que o hidratado, utilizado nos veículos “flex­fuel”, pode subir mais 7,4% ou o equivalente a 1,25 bilhões de litros. A marca sai de 16,9 bilhões para 18,2 bilhões de litros. Entre as regiões, o Sul não apresentou aumento na produção de etanol hidratado.  Já o anidro, destinado à mistura com gasolina, teve redução de 6% (699,8 mil litros), passando de 11,7 bilhões para 11 bilhões de litros. 

Para a produção de açúcar, está prevista uma redução de 2,7%. A estimativa é que deve cair das 35,56 milhões  para  34,61  milhões  de  toneladas,  o  que  representa  947,5  mil  toneladas  a  menos.  Os responsáveis  pela  queda  nacional  são  os  estados  de São Paulo, Alagoas,  Minas Gerais  e Goiás  que valorizaram mais a produção de etanol nesta safra.

A estimativa é que a moagem já  chegou a 86,5% do  volume  colhido no país,  sendo 90,2% na região Centro­Sul e 46,3% na Norte/Nordeste.