Retração do PIB em 2016 passa de 2,67% para 2,80%, diz Focus

Em relação ao câmbio, o relatório mostra que moeda deve chegar em 31 de dezembro comercializada a R$ 3,90

Com o resultado do IBC-Br de outubro em mãos, um pouco pior do que o previsto, analistas do mercado financeiro revisaram mais uma vez suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 e 2016 para baixo. De acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda, dia 21, pelo Banco Central, perspectiva de retração da atividade do ano que vem passou de 2,67% para 2,80%. Há um mês, a mediana das projeções estava em 2,01%.

Para 2015, a previsão de contração do PIB saiu de 3,62% para 3,70% – um mês antes estava em queda de 3,15%. No relatório Trimestral de Inflação de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano. Uma nova edição desse documento será divulgada depois de amanhã.

Já a mediana das expectativas para a produção industrial de 2015 permaneceu em -7,70% – um mês antes estava em -7,50%. Para 2016, o tombo também ficou estável em -3,45%. Há quatro semanas, estava em -2,00%. No caso da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2015, a projeção foi mantida em 35,50%, mesmo porcentual também visto quatro edições antes. Para 2016, a taxa foi passou de 40,40% para 4,20% – um mês antes estava em 40,00%.

Superávit comercial

O relatório revelou manutenção das estimativas dos analistas para a balança comercial de 2015, mas elevação na de 2016. Pelos cálculos dos analistas, o saldo ficará no azul em US$ 15 bilhões este ano, como já previa na semana passada. Quatro boletins atrás, estava em US$ 14,95 bilhões. O ponto central da pesquisa de 2016 subiu de US$ 31,44 bilhões para US$ 33,00 bilhões – quatro edições atrás do documento, estava em US$ 31,78 bilhões.

Já as previsões de déficit para a conta corrente de 2015 permaneceram em US$ 64,40 bilhões para US$ 64,00 bilhões – um mês antes estava em US$ 64,35 bilhões. Para 2016, a perspectiva de saldo negativo foi alterada de US$ 39,52 bilhões para US$ 38,50 bilhões – um mês antes estava em US$ 39,10 bilhões.

Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) saiu de US$ 62,40 bilhões para US$ 63,00 bilhões para 2015. Um mês atrás, estava em US$ 62,80 bilhões. Para 2016, permaneceu em US$ 55 bilhões de um levantamento para o outro. Quatro semanas atrás, estava em US$ 59 bilhões.

Projeção

O mercado financeiro saiu do muro e agora projeta que a taxa básica de juros encerrará 2016 em 14,75% ao ano. Na semana passada, o Relatório de Mercado Focus revelava uma divisão dos analistas entre uma taxa de 14,50% e 14,75% ao ano, ao demonstrar uma variação de 14,63% aa. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano. Quatro edições atrás da Focus, a mediana das projeções para a taxa estava em 13,75% aa.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano, o colegiado manteve a Selic inalterada, mas com dois votos dissidentes de alta (0,50 pp). Um próximo encontro está marcado para o dia 20 de janeiro. Desde então, o discurso dos membros do Copom, incluindo o do presidente Alexandre Tombini, se manteve mais duro em relação ao combate ad inflação.

O foco do Banco Central para a meta de inflação é o ano de 2017, cujas projeções na Focus são atualizadas a partir das 9 horas. Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, a estimativa para 2016 também saiu da divisão de 13,63% aa vista na semana passada para 13,00% ao ano. Um mês atrás, a mediana das projeções estava justamente nesse patamar.

Câmbio

A 10 dias para o fim de 2015, o mercado financeiro mudou pouco sua estimativa para o comportamento do câmbio. A moeda deve chegar em 31 de dezembro comercializada a R$ 3,90, como já previa na semana passada. Um mês antes, a mediana das previsões estava em R$ 3,95. O câmbio médio de 2015 permaneceu em R$ 3,39 pela quinta vez seguida.

Para o encerramento de 2016, a mediana das estimativas para o dólar seguiu em R$ 4,20 pela oitava semana seguida. Já o ponto central da pesquisa para a cotação média de 2016 subiu de R$ 4,09 para R$ 4,11 de uma semana para outra – um mês atrás, estava em R$ 4,09.