A balança comercial brasileira indica um superávit de US$ 16,66 bilhões no acumulado do ano. Ao longo de 2015, as exportações somaram US$ 185,243 bilhões e as importações totalizaram US$$ 168,583 bilhões. Os dados até a terceira semana de dezembro foram divulgados nesta terça, dia 22, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
“Foi uma virada na balança comercial. Isso aponta para fechar o ano com mais de US$ 17 bilhões de superávit, o que é um bom resultado, já que em 2014, fechamos com déficit de US$ 4 bilhões”, afirma o ministro Armando Monteiro.
De janeiro até a terceira semana de dezembro, as exportações aumentaram 9% em volume físico, mais que a média mundial, que é de 3%. Ao mesmo tempo, a redução em valor foi de 14%, perdendo US$ 34 bilhões em receita. Os grupos soja, petróleo e minério de ferro representam 70% dessa queda. De acordo com Monteiro, se tivéssemos nesses grupos os mesmos preços de 2014, o Brasil teria ampliado a receita de exportação em mais de US$ 30 bilhões. No complexo soja, por exemplo, o volume de exportação aumentou 13,4% e o valor caiu 23,8%.
Para 2016, a expectativa de é que o preço das commodities agrícolas se recupere e que as exportações em geral sejam ampliadas, gerando novo saldo positivo na balança comercial, que pode atingir US$ 36 bilhões.
Segundo o ministro, o foco será microeconômico com realização de extensionismo industrial, para melhoria e redefinição de processos, capacitação de pessoa e produção de resultados mensuráveis. Inicialmente, o programa vai alcançar três mil empresas, principalmente dos setores de vestuário, moveleiro, metal-mecânico e de alimentos e bebidas.
Relações internacionais
O ministro Armando Monteiro preferiu não comentar a possibilidade de abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar os subsídios dados pelo governo dos Estados Unidos aos produtores de soja. Os sojicultores brasileiros reclamam que os programas que asseguram renda, por exemplo, prejudicam a competitividade do grão produzido no Brasil.
No entanto, o ministro destacou a decisão da OMC apresentada neste fim de semana, em Nairóbi, Quênia, de abolir os incentivos de países ricos às exportações da agricultura.
Otimista, o ministro disse que a troca de propostas entre Mercosul e União Europeia deve acontecer no primeiro trimestre de 2016.