A consultoria AgRural cortou nesta sexta, dia 8, a sua previsão para a safra 2015/2016 de soja do Brasil para 98,7 milhões de toneladas, ante os 99,7 milhões de toneladas previstos em dezembro. A expectativa inicial da consultoria era de 100,2 milhões de toneladas. Apesar do corte, o número ainda é recorde e representa aumento de 2,5% ante o ciclo 2014/2015.
A consultoria atribuiu o corte a problemas de falta de umidade em Mato Grosso e Matopiba. Contudo, a redução de produtividade média em relação à estimativa de dezembro – a média do país caiu de 50,3 para 49,8 sacas por hectare, foi limitada pela expectativa de rendimentos mais altos em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Em Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, o tempo seco e as temperaturas altas atingiram parte das lavouras do norte e do leste desde o plantio até o período reprodutivo, apontou a consultoria, que diminuiu a estimativa de produtividade do Estado em 2,5 sacas por hectare em relação a dezembro, para 49 sacas por hectare. “Os maiores estragos foram em lavouras precoces, para as quais o retorno das chuvas a partir da virada do ano chegou tarde demais”, ressaltou a AgRural. No sul e no oeste do Estado, as chuvas foram mais regulares.
A AgRural também reduziu a estimativa de rendimento do Maranhão, Piauí e Tocantins, em 1 saca por hectare para cada um. “A falta de umidade provocou perdas em lavouras semeadas no fim de novembro e início de dezembro”, salientou a consultoria. “O prejuízo só não foi maior porque muitos não arriscaram semear sem umidade, estendendo o plantio até o começo de janeiro.” Na Bahia, a produtividade foi mantida nas mesmas 46 sacas de dezembro. Segundo a AgRural, o plantio foi feito com atraso, e o retorno das chuvas favorece as primeiras áreas em floração. A estimativa de produtividade do Sul e dos Estados de Rondônia e Pará também ficou estável.
Por outro lado, a perspectiva de produtividade em Goiás foi elevada em 1 saca na comparação com dezembro, para 51 sacas por hectare. Após um início de plantio conturbado devido à falta de umidade, as chuvas são frequentes no Estado, conforme a consultoria. Em Mato Grosso do Sul, segundo a AgRural, as lavouras se desenvolvem bem e, apesar do excesso de umidade em alguns pontos, a produtividade foi elevada em 0,5 saca, para 52,5 sacas por hectare. Em Minas Gerais e São Paulo, o aumento de 1 saca por hectare na previsão de produtividade foi atribuído pela consultoria às chuvas que seguem favorecendo as lavouras.
Área colhida
Com pouca soja pronta e excesso de umidade em muitas lavouras depois das chuvas desta semana, a colheita da safra brasileira de soja 2015/2016 está restrita a poucas áreas, assinalou a AgRural. Até esta sexta, dia 8, a área colhida ainda não chegava a 1% no Brasil.
Segundo a consultoria, em Mato Grosso, a colheita atingiu 0,6%, em linha com o índice do ano passado. “Se confirmadas, as previsões de maiores volumes nas próximas semanas deverão atrapalhar o ritmo dos trabalhos, que já tendia a ser lento devido ao atraso no plantio.” Na região de Lucas do Rio Verde, as primeiras áreas estão rendendo de 20 a 50 sacas por hectare. Em Primavera do Leste, os primeiros lotes estão saindo do campo com umidade alta, mas áreas de pivô rendem até 62 sacas por hectare.
No Paraná, a colheita ainda é pontual, conforme a AgRural, e concentrada no oeste do Estado. Em Cascavel, no oeste, há talhões rendendo até 68 sacas. Em Francisco Beltrão, no sudoeste, 12% da área está em maturação.
No Rio Grande do Sul, as chuvas são frequentes, mas em menor volume, segundo a consultoria e cerca de 20% da soja está em formação de vagens em Passo Fundo. Em Minas Gerais e São Paulo, a colheita de áreas de pivô começa na próxima semana.
Em Goiás, as pancadas são frequentes e produtores estão otimistas, de acordo com a AgRural. Em Jataí, a colheita deve começar na segunda quinzena. As chuvas também são regulares em Mato Grosso do Sul, e as colheitadeiras devem entrar no campo no fim de janeiro em Maracaju.