Exportação de carne bovina espera crescer em volume e receita

Recuperação virá da reabertura e da conquista de novos mercados

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) acredita que, em 2016, as exportações nacionais de carne bovina devem crescer tanto em receita quanto em volume. Mas devido às condições do mercado internacional onde, segundo a FAO, as principais commodities deverão manter seu consumo e preços baixos, a recuperação virá da reabertura e da conquista de novos mercados

“O Brasil fez um esforço imenso para reabrir mercados tradicionais e novos em 2015, que deve resultar em crescimento das exportações em 2016. Exemplos disso foram os Estados Unidos, China e Arábia Saudita que só agora irão iniciar ou ampliar suas aquisições da carne bovina brasileira”, disse Péricles Salazar, presidente executivo da Abrafrigo.

2015

Depois de apresentarem ritmo forte de crescimento por vários anos, as exportações brasileiras de carne bovina interromperam este ciclo e apresentaram queda em 2015, retornando ao mesmo patamar da receita obtida em 2012, segundo informações do Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), compiladas pela Abrafrigo. 

No total, o país comercializou 1,361 milhão de toneladas do produto no ano passado, obtendo uma receita de US$ 5,79 bilhões, o que significou uma queda de 12% em volume e de 19% na receita. Em 2014, as vendas superaram em 1,540 milhão de toneladas e a receita atingiu a US$ 7,1 bilhões. Em 2013, a receita chegou a US$ 6,6 bilhões e em 2012 foi de US$ 5,77 bilhões. O Brasil abate perto de 40 milhões de bois anualmente e exporta aproximadamente de 20% de sua produção total de carne bovina.

Entre os principais clientes do Brasil, as maiores quedas no volume de compras foram da Venezuela (-44%), Rússia (-43%), Hong Kong (-32%). Já os países que apresentaram crescimento expressivo nas suas importações foram o Irã (59%) e o Egito (18%).  No total, o país registrou queda nas exportações para 88 países enquanto que outros 63 aumentaram suas compras. A China continua sendo o maior cliente do produto brasileiros e paulatinamente está substituindo suas importações via Hong Kong pelas compras diretas. Em 2015 aquele pais importou, via Hong Kong, 263.846 toneladas com uma receita de US$ 975 milhões enquanto que a importação direta já somou 97.534 toneladas com receita de US$ 476 milhões.