O clima no primeiro semestre de 2016 tende a continuar favorável ao desenvolvimento da safra 2016/2017 de café arábica, mas prejudicial para a variedade robusta, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Em relatório divulgado nesta quarta, dia 13, sobre perspectivas para 2016, o Cepea diz que, mesmo com expectativa de maior produção de arábica no Brasil, os estoques da variedade devem continuar em níveis reduzidos, de modo a sustentar os preços ao longo do ano.
“Até o início de janeiro, o clima favoreceu a abertura das flores nas lavouras de arábica e também a granação. Com isso, a maioria dos produtores tem realizado os tratos culturais recomendados”, destacou o centro de estudos, lembrando que a próxima temporada será de bienalidade positiva. Colaboradores do Cepea indicam que, caso as condições climáticas sigam favoráveis, a produção de arábica pode superar a da atual temporada, tanto em qualidade como em volume.
Quanto ao robusta, o centro indica que a variedade deve se manter valorizada, considerando que a produção tende a registrar nova queda, prejudicada pelo El Niño. No Espírito Santo, a quantidade de chuva foi reduzida em 2015, especialmente no segundo semestre. “Apesar de as floradas nas lavouras capixabas terem sido uniformes e volumosas, a forte estiagem e as altas temperaturas prejudicaram o desenvolvimento da safra. A seca também atrapalhou os tratos culturais e as expectativas iniciais são de que a safra 2016/2017 não seja boa”, disse o Cepea.
Citando a Somar meteorologia, o centro de estudos informa que o enfraquecimento do El Niño no Brasil só deve ocorrer a partir de junho, com a chegada do inverno. Para as regiões produtoras de arábica, o excesso de umidade pode prejudicar a colheita, tradicionalmente iniciada no fim do primeiro semestre.