O Brasil registrou exportação recorde de 36,89 milhões de sacas de 60 kg em 2015, o que corresponde a um crescimento de 1,3% em comparação com o ano anterior (36,42 milhões de sacas). Os dados foram divulgados nesta terça, dia 19, pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé).
A receita cambial, no entanto, caiu 7% no ano passado, para US$ 6,136 bilhões, ante US$ 6,597 bilhões em 2014. A queda é decorrente principalmente da queda dos preços internacionais do produto.
No último mês de 2015, a exportação brasileira atingiu 3,189 milhões de sacas, representando queda de 0,9% ante o mesmo mês de 2014 (3,218 milhões de sacas). Em termos de receita cambial, houve redução de 25,2% em dezembro passado, para US$ 482,676 milhões (US$ 645,450 milhões em dezembro de 2014).
Robusta
A exportação brasileira de café conilon (robusta) foi destaque na exportação em 2015. Segundo o CeCafé, foram embarcadas 4,169 milhões de sacas de 60 kg, um aumento de 21% em comparação com 2014 (3,452 milhões de sacas).
“Esse bom resultado do conilon, em decorrência da pouca oferta de café vietnamita e de outras origens, comparado com o recorde histórico de 2002 (4,29 milhões de sacas), indica uma redução de apenas 2,97% em volume, mas uma receita cambial recorde de US$ 461,792 milhões”, informou o conselho, em relatório.
Projeção
O presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, disse que a exportação brasileira do grão em 2016 vai depender do tamanho da safra nacional, a maior do mundo, cuja colheita começa entre abril e maio. “Devemos pelo menos repetir o resultado da exportação de 2015, dependendo da nova safra, que promete ser boa”, afirmou ele.
No curto prazo, no primeiro semestre de 2016, Carvalhaes observou que ainda é cedo para se prever uma possível redução da exportação brasileira do grão no período, considerando a menor oferta nacional em 2014 e 2015, por causa de adversidades climáticas, e da diminuição dos estoques internos. “É possível que ocorra uma redução da exportação no primeiro semestre, mas ainda é cedo para estimar um número”, disse.
Com relação aos preços, o presidente do Cecafé comentou que é difícil afirmar que as cotações não vão cair em 2016, pois depende de muitos fatores, como o comportamento da economia global. “A tendência são preços bons (do café) para quem compra e razoáveis para quem produz”, informou.
Carvalhaes também avaliou que não há preocupação com a questão logística, principalmente levando em conta os acidentes nos portos, como o vazamento de produtos em Santos, na semana passada: “O Brasil não tem perdido embarque. Foram problemas pontuais, que não afetaram a cadeia produtiva do café, o que pode ser confirmado pelo desempenho recorde em 2015”, argumentou.