A produção de milho segunda safra (também chamado de safrinha) deve registrar uma alta de quase 20% em Minas Gerais. A tendência de preços altos ao longo do ano anima os produtores a cultivar cada vez mais o grão no estado.
O cultivo da primeira safra de milho no estado teve início em novembro, com atraso de dez dias em função da estiagem. Com a regularidade das chuvas em dezembro, as lavouras apresentaram bom desenvolvimento. Nesta safra, a produtividade média deve ser de 100 sacas por hectare, alta de 6% em relação ao ciclo passado.
Para a primeira safra de milho 2015/2016, o produtor Elton Pereira de Souza plantou 250 hectares do grão. A colheita vai ser em março e ele aposta na produtividade, que deve ser de 180 sacas por hectare, 20% a mais em relação ao período anterior.
“O ponto que nos preocupa é essa chuva intensa nos últimos dias, pois o milho está na fase de ‘pendulamento’ e não deixa de perder um pouco. Mas tudo indica que vamos ter boa produtividade”, diz o agricultor.
Segundo o engenheiro agrônomo Rodrigo Peres, o clima está bastante propício para as lavouras, pois tem chovido bastante: “Em janeiro de 2015, passamos por um veranico forte. E isso nos prejudicou porque janeiro geralmente é época de enchimento de grão e esse ano está diferente”.
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A estimativa é que o estado produza 5,5 milhões de toneladas na primeira safra, o que representa queda de quase 4% em relação ao período anterior. A área de cultivo também vai cair 9,4 por cento.
“A área de milho verão em Minas Gerais deve ser menor porque a rentabilidade da soja está melhor, mesmo com os preços do milho alto. Então o produtor é motivado a plantar a soja no verão e deixar o milho para o inverno”, diz Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria.
Em janeiro, os produtores de milho do Triângulo Mineiro têm recebido em média R$ 36 pela saca de 60 quilos. O valor é 10% maior em relação a dezembro de 40%, mais alto em comparação com o mesmo mês de 2015. A tendência de preços altos no mercado interno deve estimular o cultivo do grão na safra de inverno.
De acordo com a Céleres Consultoria, a área plantada da segunda safra de milho vai aumentar 18 % no estado. Já a produtividade deve crescer 5%.
“A gente acredita que em 2016 a demanda externa continue voltada para o milho brasileiro, já que ele é mais competitivo com o real desvalorizado. Isso tende a beneficiar os preços internos. Com esse quadro, o produtor deve apostar na safrinha”, diz Enilson Nogueira, da Céleres.
