O excesso de chuvas tem prejudicado a colheita da batata em várias regiões do país e trazido perdas aos agricultores. Com a redução da oferta, o preço do produto mais do que dobrou no mercado – a saca de 50 kg de batata, normalmente cotada a R$ 70, é vendida por até R$ 150 em Minas Gerais.
O Triângulo Mineiro, responsável por 20% da produção nacional de batata, recebeu em janeiro cerca de 300 mm de chuva. A quantidade é quase quatro vezes maior do que o volume registrado no mesmo mês de 2015. Além de prejudicar a colheita, a umidade pode apodrecer os frutos e trazer doenças para as folhas.
Produtor no município de Perdizes, que fica na região, Marcos Mamoro está com a colheita atrasada em uma semana. As chuvas atrasaram a retirada do produto e devem causar perdas de cerca de 15%. “Eu esperava colher cerca de 800 sacas de batata lavada, mas, pelo que estou vendo, ovu conseguir apenas umas 650 sacas”, diz.
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Com muita chuva, as pulverizações na cultura ficam comprometidas, o que pode ocasionar o aumento de pragas na lavoura, afirma o engenheiro agrônomo Isral Nardin. Segundo ele, doenças fúngicas como a requeima e a pinta preta são favorecidas pela alta umidade, assim como problemas de origem bacteriana, como canela preta na parte aérea e a podridão dos tubérculos.
De acordo com Marcos Mamoro, a maioria dos produtores não está conseguindo colher, e isso faz os preços dispararem. “É a lei da oferta e procura”. Os preços devem continuar em alta, pelo menos por mais algum tempo. Mesmo com o fim das chuvas, ainda é preciso esperar o solo absorver a água para iniciar a colheita.
O agrônomo Nardin aconselha que os produtores de batata aguardem alguns dias para o solo absorver a água, antes de iniciar a colheita. “Uma lavoura muito molhada pode ocasionar desgaste de máquinas e também degradar o solo”, afirma.
