– Já 200 produtores receberão assistência técnica a campo até o final de 2015. O objetivo é aumentar esses números nos anos seguintes – disse.
O Soja Plus é um programa para capacitação dos produtores rurais, gratuito e organizado pela pela Abiove, pela Associação dos Produdores de Soja e Milho de Mato Grosso(Aprosoja-MT) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O projeto distribui cartilhas e promove cursos sobre temas importantes para o campo, como, por exemplo: segurança no trabalho, adequação de construções rurais e novo código florestal. Além disso, organiza dias de campo em fazendas modelo e visitas técnicas, gratuitamente.
Criado em 2011, o programa foi implantado em Mato Grosso e, depois, estendido para Mato Grosso do Sul. Em 2014, o Soja Plus chega aos Estados de Minas Gerais e Bahia e tem como público-alvo pequenos e médios produtores. Nos últimos anos foram investidos cerca de R$ 10 milhões na iniciativa. Somente em Minas, 30 engenheiros da Universidade Federal de Viçosa farão a assistência técnica nas fazendas.
– A integração entre as entidades e todos os elos da cadeia é o caminho para solucionar os gargalos do setor. Tenho grande esperança de que esse projeto vai se multiplicar não só na soja, mas em outros produtos – disse o presidente da Faemg, Roberto Simões.
Preços
O presidente da comissão técnica de Grãos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Claudionor Nunes, não acredita que os preços da soja na Bolsa de Chicago caiam abaixo de US$ 10 por bushel. Por conta da expectativa de uma produção recorde nos Estados Unidos em 2014/2015, as cotações futuras já cederam muito na bolsa norte-americana – recuo de quase 4% em 30 dias – e no mercado há quem aposte que os preços possam cair para um dígito.
– Não acreditamos que as cotações devam atingir esse patamar de US$ 9 por bushel. Tem muita especulação. Mas se isso ocorrer inviabilizaria a produção – disse Nunes, no evento de lançamento do programa Soja Plus.
Ele espera uma colheita maior de soja em Minas Gerais na safra 2014/2015. Em 2013/2014, o Estado, sexto maior produtor do país, registrou quebra de 10%, para 3,3 milhões de toneladas.
– Podemos chegar a uma produção de quatro milhões de toneladas, mas ainda não na próxima temporada – afirmou Nunes.
Já o diretor de operações de Grãos da Algar Agro, Paulo Henrique Machado, avalia que a produção mineira da oleaginosa deve ficar entre quatro milhões de toneladas e 4,3 milhões de toneladas na próxima temporada.
– Além do clima favorável, da expansão de área, temos o uso intensivo da tecnologia que impulsionará a produção – comentou.
Sobre as cotações da commodity, Machado não quis fazer projeções. Disse que o momento é de especulação e, por isso, é preciso cautela na análise dos preços sugeridos.
– O mercado irá se definir no final de setembro, quando for estabelecido o volume da produção dos Estados Unidos e quando começaremos a olhar a nossa produção – declarou.
Após Soja Plus, Faemg quer melhorar gestão em pecuária
A Faemg anunciou planos de desenvolver melhores práticas para a pecuária de corte e de leite do Estado, depois de firmar o termo de cooperação para a implantação do Soja Plus.
A entidade está conversando com o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) para implantar iniciativas de sustentabilidade e melhorias na produção do segmento em Minas Gerais.
– Ainda estamos em análise, estruturando como faremos, como seria o projeto – informou Pierre Santos Vilela, superintendente do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), que faz parte do Sistema Faemg.
Ele adiantou que será difícil implantar o programa para 2014, mas que seria viável para o ano que vem.
Rússia
Simões disse que Minas Gerais pode se beneficiar com a abertura de mercado russa ao Brasil.
– Minas pode aumentar suas vendas de carne, soja e café. E no futuro, leite, que não tem cultura exportadora, mas está começando a ter. No leite, temos condição de aumentar nossa produtividade, desde que haja preço bom e mercado”, disse.
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