Show Rural abre calendário de feiras do agronegócio e espera faturar menos

Grandes fabricantes de máquinas agrícolas ficaram de fora do evento realizado em Cascavel (PR). Pecuária ganha área exclusiva na exposição

Fonte: Canal Rural

Está sendo realizado nesta semana em Cascavel, no Paraná, o Show Rural Coopavel, que abre o calendário de 2016 das feiras do agronegócio no país. O evento traz, pela primeira vez, uma área destinada completamente ao setor pecuário. A expectativa é de que o volume de negócios seja inferior ao registrado em 2015, de R$ 2 bilhões, já que os grandes fabricantes de máquinas agrícolas não compareceram à feira nesta edição.

O produtor Nelson Rogeiske afirma que foi ao Show Rural em busca de tecnologia, tanto em sementes quanto em maquinário. Como ele, o agricultor Antônio Marcos Tencyna foi à procura de mais conhecimento para ajudá-lo na produção. “Para crescer mais ainda, né?”, diz.

São esperados mais de 230 mil visitantes na feira. Para o presidente da cooperativa Coopavel, Dilvo Grolli, o agronegócio tem oportunidade de crescer em 2016 tanto quanto no ano passado, e eventos técnicos como o Show Rural serviriam como alavanca para ampliar a produtividade.

O bom momento do agronegócio deve favorecer a movimentação da feira, embora os maiores fabricantes de tratores e colheitadeiras do país – Case, John Deere, Massey Ferguson, New Holland e Valtra – não tenham comparecido ao evento.

Para o coordenador geral do Show Rural, Rogério Rizzardi, o cenário econômico do país também pode influenciar negativamente os resultados desta edição. “Até porque os juros não são os mesmos, e o produtor sabe que, se é possível manter mais um ano com a máquina que ele tem, vai manter”, afirma Rizzardi.

A versão 2016 da feira traz, pela primeira vez, uma área dedicada à pecuária, reunindo empresas do setor e associações de raças bovinas. Também são realizadas exposição de animais de produção leiteira e de corte.

A Bayer, uma das 480 organizações que participam do Show Rural, instituiu um sistema de benefícios para clientes frequentes. “Comprando a nossa linha de produtos, o agricultor pode entrar no nosso site, fazer o cadastro e, à medida que vai fazendo registrando as notas, vai acumulando pontos e assim trocando por benefícios”, diz o gerente de clientes da Bayer Tiago Nascimento.

Para o presidente da câmara setorial de máquinas e implementos agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) , Pedro Estevão Bastos, o crédito para esse tipo de compra pode ficar mais escasso ao longo do ano.

Segundo ele, o saldo do Moderfrota neste semestre é de R$ 2,1 bilhões, sendo que R$ 600 milhões já foram gastos em janeiro. O R$ 1,5 bilhão restante está muito abaixo do volume utilizado no mesmo período de 2015, que teria sido de R$ 3,6 bilhões. Para Bastos, o dinheiro existente não vai chegar até 30 de junh.

Ele afirma que o governo sempre tem atendido aos pedidos da indústria por complementação de verbas, mas isso não é uma garantia. O conselho do representante da Abimaq é “não trocar o certo pelo incerto”.

“Para quem está planejando comprar a gente fala: aproveita para comprar agora que as linhas estão abertas e depois a gente não sabe o que vai acontecer”, diz Bastos.