Bem conhecidos e explorados na culinária oriental, os cogumelos têm agradado também os brasileiros. Essa aproximação fez com que a demanda pelas variedades in natura crescesse 10% ao ano, segundo a Associação Nacional de Produtores de Cogumelos (ANPC).
São Paulo é o estado que mais consume o produto. Em Cabreúva, região interiorana, Aloizio Lino gerencia uma fazenda especializada na produção de quatro variedades de cogumelo in natura e que emprega cerca de 100 pessoas.
Ele conta que o aumento do consumo pelo país incentivou o investimento de R$ 600 mil na construção de 13 estufas, tecnologia italiana que aumenta a produtividade de cogumelos em até 40%, consome pelo menos 30% menos energia elétrica, além de utilizar menos espaço e mão de obra. “É um caminho irreversível para a produção de cogumelos, assim como aconteceu em outras culturas. Isso vai propiciar, no fim da cadeia, produtos de maior qualidade, com melhor preço e obviamente agrega valor ao mercado de cogumelo”.
Mensalmente, 30 toneladas do produto in natura são encaminhadas para três grandes distribuidoras nacionais. Lino conta que uma das variedades mais procuradas é o cogumelo paris, bastante consumido nas culinárias europeia e norte americana.
“Estamos mudando o jeito de comer cogumelo. Há cinco anos era só em conserva e hoje a procura é por produtos in natura, seguindo uma tendência mundial”, explica o gerente, afirmando que essa é a maneira mais saudável de consumir o produto.
Por ser um fungo, o cogumelo precisa de diversos cuidados fitossanitários e Lino afirma que essa é “uma cultura extremamente intensiva”. “São muitos cuidados que nós temos com a produção. Estamos em um país tropical onde as variações de temperatura tem que ser controladas para que o desenvolvimento e produtividade (do cogumelo) estejam em perfeita ordem.”
O chefe de cozinha Gilberto Filipino arranjou diferentes formas de aproveitar o ingrediente, “em sopas, caldos, em refogados, saladas e legumes”. Para ele, o sabor marcante ajudou a popularizar o produto.
A tendência anima o gerente da fazenda produtora, que é otimista em relação ao futuro, “nós não temos a menor dúvida de que o brasileiro vai consumir mais cogumelo”