Cresce estimativa para a safra de soja, mas previsão para o milho é reduzida

Clima contribuiu para elevação dos números levantados por consultoria agrícola sobre a leguminosa, após três meses de previsões baixistas

Fonte: Rafael Walendorff/Canal Rural

A consultoria INTL FCStone revisa para cima o tamanho da safra brasileira de soja e prevê produtividade abaixo da esperada para o milho. Os analistas da empresa elevaram a previsão da colheita da leguminosa para 98 milhões de toneladas, após três meses de estimativas baixistas. Já para o cereal, a empresa espera 81 milhões de toneladas, leve ajuste em relação ao número anterior.

A FCStone verificou, por exemplo, que o clima teve uma melhora na região do Matopiba, beneficiando os produtores de soja locais. “Eles têm um ciclo mais atrasado, e plantaram no final de dezembro . Com isso podem ter uma recuperação bem importante”, diz a analista Natália Orlovicin.

O clima contribuiu também para o desenvolvimento das lavouras de soja no Sul do país. Apesar do registro de alagamentos em diversas áreas, o desempenho da região favorece o aumento do volume da safra brasileira 2015/2016, que deve bater recorde histórico.

A analista da consultoria afirma que haverá um aumento entre 2% e 3% no volume colhido de soja. “Tivemos um aumento de área bem importante, que já vem ao longo dos anos e novamente em 2015/2016 isso foi confirmado”, afima Natália Orlovicin.

Se o ano deve ser de recorde para a soja, as previsões para a safra de verão do milho brasileiro se mostram mais justas. Principalmente por causa da revisão de áreas em estados produtores importantes, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O sócio-diretor da Agrosecurity Consultoria, Fernando Pimentel, lembra que houve um volume muito forte de milho exportado, pressionando o estoque interno. “Em Santa Catarina, já temos algumas plantas de abate de frango sendo reduzida ou até fechando, porque estão ficando inviáveis com esse preço do milho”, explica.

Pimentel afirma que o mercado de soja se mantém aquecido diante da boa estimativa de safra, movimentando as negociações do grão em fevereiro. “O maior estado produtor, Mato Gross já tem mais de 60% da safra comercializada”.

Segundo ele, o maior beneficiado neste ano será o produtor que está nos estados sulinos e de médio ou pequeno porte. “É o produtor que se financia em reais, que não pegou toda essa desvalorização cambial e vai apropriar esse ganho na sua venda”, comenta.