Técnicos agrícolas entram na luta contra o mosquito da dengue e da zika

Apesar de o mosquito Aedes aegypti ser mais comum nos centros urbanos, a zona rural também está vulnerável ao aparecimento das doenças que ele transmite

Fonte: Portal Brasil/divulgação

O governo federal promove neste sábado, dia 13, o Dia Nacional de Mobilização para o Combate ao Aedes aegypti. As Forças Armadas é até técnicos agrícolas foram convocados para ajudar os agentes de saúde na luta contra o transmissor da dengue, da chikungunya e da zika.

Apesar de o inseto ser mais comum nos centros urbanos, a zona rural também está vulnerável ao aparecimento das doenças causadas por ele. No Distrito Federal, funcionários da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) têm visitado assentamentos da região para ajudar os agricultores a eliminar possíveis focos para o desenvolvimento do mosquito. 

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, foram diagnosticados em janeiro quase 1.200 casos de dengue na região, aumento de quase 400% em relação ao mesmo período do ano passado.

Por essa razão, 20 mutirões de limpeza devem atender moradores de áreas agrícolas do Distrito Federal até o fim de março. São regiões onde não há coleta seletiva e saneamento básico. O objetivo da Emater-DF local é orientar ao menos 20 mil famílias neste ano.

O extensionista da entidade Roberto Carneiro afirma que, no meio rural, muitas propriedades acumulam garrafas e eletrodomésticos inutilizados. Como os locais não têm serviço de recolhimento de entulho, esse material pode se transformar em foco para proliferação do mosquito, daí a necessidade dos mutirões de limpeza.

Os acampamentos rurais merecem atenção especial por causa da constante movimentação de agricultores. Famílias se mudam e deixam para trás tanques, vasos sanitários, galões de água vazios, baldes de tinta e outros equipamentos nos quais o inseto pode se desenvolver.

A gerente da Emater de Sobradinho (DF), Eleutéria Mendes, explica que muitas das moradias nos acampamentos não são permanentes. As famílias são removidas para outras áreas e deixam entulho para trás. 

O presidente da associação de produtores rurais do assentamento Palmares, Francisco Pereira, afirma que costuma percorrer a área ocupada por 40 famílias de agricultores, coletando objetos, que depois são queimados. Mas ele acha que ainda falta conscientização das pessoas. 

O agricultor Onias dos Santos está há seis anos no assentamento e, nesse período, já teve dengue três vezes. Ele conta que não há entulho na área onde vive sua família, e que muitos vizinhos também têm essa preocupação. Mas há outros, segundo Silva, que deixam casas ou demoram muito do tempo para voltar ao lugar, favorecendo a epidemia.

Entre as medidas a serem adotadas para acabar com os criadouros do mosquito, recomenda-se manter caixas-d’água fechadas e com tela de proteção; tampar e verificar vasos sanitários fora de uso; cobrir entulho com lona, o que evita criação de poças d’água; manter garrafas com a boca virada para baixo; e fechar bem sacos de lixo, mantendo-os fora do alcance de animais.