Aprosoja: subvenção ao seguro rural perde credibilidade

Redução de R$ 741 milhões para R$ 400 milhões no orçamento para subvenção desestimula produtores e aumenta custos, de acordo com a Associação dos Produtores de Soja

Fonte: Canal Rural

O corte de R$ 341 milhões do orçamento do Ministério da Agricultura para a subvenção do seguro rural dominou a reunião da câmara setorial de soja nesta quarta, dia 24, em Brasília. Na ocasião, o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, afirmou que o programa está perdendo credibilidade e desestimulando os agricultores. 

Rosa lembra que o governo sempre anuncia um recurso, que mais tarde é contingenciado. “Agora, a gente não sabe se esse volume que está ai realmente vai chegar aos R$ 400 milhões previstos”, diz o representante da entidade. Ele ainda aponta como agravante o fato de haver uma subvenção menor, o que inviabilizaria produtores de milho e feijão a contratar propostas.

O presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalcin, afirma que agricultores do estado estão particularmente preocupados porque enfrentaram adversidades climáticas e tiveram que acionar o seguro. “Essa é uma ferramenta importante para dar segurança, mas precisa de apoio e de novos níveis de risco para que os prêmios baixem”, diz.

Entidades que fazem parte da câmara setorial deram apoio à Federação de Agricultura de Goiás (Faeg), que quer reverter a decisão do governo estadual de realizar cobrança de ICMS sobre exportações de soja e milho. De acordo com o consultor técnico da entidade, Cristiano Palavro, uma vitória em Goiás representaria um “antídoto” para a implantação da medida em outros estados.

Capim fedegoso

Outro tema que está preocupando os produtores é o controle da capim fedegosa, planta daninha cujas sementes estão aparecendo nas cargas de soja. Muitas tradings estão devolvendo os grãos para os produtores, pois a Europa estaria se recusa a receber navios contendo cargas contaminadas. 

O presidente da câmara setorial da soja, Glauber Silveira, quer que o Ministério da Agricultura dite regras para classificar o fedegoso como planta tóxica e oriente os produtores. “Não dá para dizer simplesmente para o produtor ‘não vou receber sua soja’, inclusive porque o contrato de compra e venda não doz nada sobre essa planta tóxica”, afirma.