Goiás suspende decreto que taxa exportação de soja e milho

Governador do estado tomou a decisão após reunião com representante da associação dos produtores de soja e milho e da federação de agricultura goiana

O decreto que restringe as exportações de soja e milho em Goiás foi suspenso na tarde desta sexta-feira, dia 26, de acordo com representantes dos produtores do estado. A decisão foi tomada pelo governador Marconi Perillo, após reunião com membros da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) e da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), com o vice-governador, José Eliton de Figuerêdo Júnior (DEM-GO), secretários e representantes de entidades de indústria e comércio.

O decreto vinha sendo alvo de forte pressão de produtores rurais e tradings. O presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz Pereira, ressaltou que a mudança prejudicava a comercialização de grãos em plena colheita da safra 2015/2016 de soja e milho verão. “O decreto fechou nossos mercados e produtores perderam entre R$ 3 e 5 reais por saca de soja por causa dessa ação”, disse. “Finalmente o governo entendeu que não faz sentido onerar mais ainda o agronegócio”. 

Segundo Pereira, o setor produtivo mostrou que o decreto dificulta a exportação dos produtos da agricultura de Goiás e o fomento de tradings à safra. “Goiás sofreu um desgaste no mercado. Estava perdendo competitividade para outros estados.” Ele espera que, com a suspensão do decreto, os preços voltassem a subir nas principais praças.

O presidente da Aprosoja-GO revelou, ainda, que a associação discute agora com o governo a criação de um fundo privado a ser gerido por produtores para estimular a pesquisa e a informação agropecuária e fomentar a produção agrícola em áreas degradadas pela pecuária no estado. 

De acordo com o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, alterar as atuais condições de mercado poderia inviabilizar a ampliação da produção, prejudicando o agricultor e a economia do estado. Ele afirma que, atualmente, 70% da soja produzida em Goiás é processada no próprio estado, agregando valor ao produto ao ser transformado em farelo, óleo, ou ração animal.